Desde que travei contato com a obra “O Integralismo na Vida Brasileira”, escrita pelo próprio Chefe perpétuo do Integralismo, Plínio Salgado, e publicado no primeiro volume da “Enciclopédia do Integralismo”, tive certeza de ter em mãos uma excepcional porta de entrada para todos aqueles que desejam conhecer o verdadeiro Integralismo Brasileiro.

Conheci a obra “O Integralismo na Vida Brasileira” quando ainda gozava dos meus 14 anos de idade. Foi quando colhi as primeiras impressões do seu potencial. Todavia, só muito mais tarde, ao cabo de anos de militância, tive por certo que minha convicção na causa que esposei se devia, sobretudo, à leitura deste livro entre os primeiros dos quais tive o prazer e a sorte de possuir. Foi graças a isso que nunca vacilei diante das calúnias da imprensa e das imprecisões particulares de companheiros em certos pontos do Integralismo, que segui convicto e nunca me decepcionei com a Doutrina do Sigma.

É uma obra luminosa, escrita por ocasião da comemoração dos 25 anos da primeira marcha Integralista, onde o Próprio Chefe, com olhar sereno e tão próprio dos grandes líderes, teve ocasião de expor sua doutrina na perenidade de seu desenvolvimento integral, olhando para toda a sua trajetória e recapitulando não apenas a doutrina que sempre ensinou, mas sua evolução, seus desdobramentos programáticos e históricos, numa autocrítica sensata e digna dos homens nobres.

Nenhum aspecto foi deixado de lado por Plínio Salgado; sua obra é viva na riqueza de compreensão de cada momento histórico, de cada ponto da doutrina que defendeu durante toda sua vida, rica na apresentação de provas fundamentais contra as calúnias covardemente feitas à dignidade do Integralismo. Nenhum historiador que se tenha por sério pode ignorar esta obra; deve, aliás, usá-la como fonte para ir até os documentos básicos (e eis aqui o mapa!).

Se dos historiadores, dos jornalistas, dos professores e escritores em geral, esperamos coerência, mais amor à verdade, mais respeito com aquilo que é o objeto de suas profissões, não menos poderíamos esperar dos Integralistas, destes com muito maior razão: todos os integralistas devem ler a obra, como é claro, ciente de que foi escrita pelo Chefe, que tem uma autoridade superior à de qualquer outro doutrinador de ontem, de hoje e de amanhã, sendo, aliás, única fonte inequívoca da doutrina Integralista, o mediador, o dono do “voto de minerva” em qualquer tensão doutrinária.

Tão logo tomei conhecimento da minha bem sucedida candidatura e da minha posterior eleição pelo Conselho Diretivo Nacional (CDN) para o cargo de Presidente Nacional da Frente Integralista Brasileira (FIB) para a gestão de 2020/2023, recordei tal belo livro, lido na juventude. Novamente pude relê-lo, e entendi que cabia a mim a iniciativa de trazê-lo quanto antes ao conhecimento do maior número de pessoas, entre outras coisas, para ajudar os amantes da verdade e combater os pseudo-“integralistas” (movimento este fundado pela imprensa antibrasileira, e não por Plínio salgado).

Embora “O Integralismo na Vida Brasileira” não tivesse o objetivo de ser uma obra de introdução ao estudo do Integralismo quando foi escrito, este se revela o panorama mais amplo, claro e límpido aos interessados no estudo do Integralismo, para evitar erros posteriores típicos dos que mergulham no estudo das obras Doutrinárias do Sigma. A saber: 1º) misturar inverdades feitas pela imprensa caluniadora, antibrasileira, anticristã e imoral, com as verdades, numa simbiose incapaz trazer luz a questão história e ao espírito que busca a coerência; 2º) incapacidade de fazer justiça a quantos reclamam-na (e morreram sem vê-la) desde que a Ditadura sanguinária de Vargas retirou do Brasil a sanidade e saúde política; 3º) não entender o desenvolvimento perene da doutrina em seu aspecto integral, escolhendo assim no que quer acreditar ou a “que” dar sua adesão; 4º) tornar-se papagaio daquilo que entende por “integralismo”, mas não é integralismo; e, por fim, 5º) acabar mais confuso do que orientado e por isso contribuir com a desorientação dos outros.

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Entre os que estudam a obra completa de Plínio Salgado, é ponto pacifico que o autor operou uma constante evolução no seu pensamento, não no sentido de mudar aquilo que é essencial desde o princípio, mas na exposição mais clarificada da essencialidade da sua doutrina, na ampliação da multiplicidade de lugares e situações onde ela precisou entrar para doutrinar com a sua luz permanente: é no choque com a realidade que a doutrina integralista foi feita, não lapidada, mas certamente lustrada.

Da juventude à maturidade do Chefe, é uma e a mesma a doutrina ensinada, num verdadeiro exemplo de vida doada em benefício da verdade e da promoção dela no domínio social e político da vida humana, em especial do povo Brasileiro.

Nunca me deixei confundir completamente dentro das obras integralistas, onde muitos se perdem para sair cantando sua incompreensão, dando atestado de desconhecimento e precocidade. Nunca passei perto de crer nas calúnias vulgares da imprensa, ligada por laços afetivos ao fantasma de Moscou. Posso dizer que a única vez em que titubeei com relação ao Integralismo foi nos anos iniciais do estudo de filosofia, mal influenciado por um professor que mais tarde eu descobriria ser um lacaio da maçonaria. Logo, entretanto, armado de bagagem intelectual apropriada, me debrucei novamente sobre as obras Integralistas, e pude então confirmar, com a alegria de quem se deleita, de quem se descobre rico da noite para o dia, que o Integralismo é tudo quanto meu coração deseja, porque meu coração é brasileiro e o Integralismo é tudo do quanto precisa o Brasil.

A firmeza da compreensão do Integralismo que tive depois da leitura dessa obra nunca mais me deixou, e me levou a crer profundamente na sua capacidade de ser aplicada como uma espécie de “introdução geral” ao integralismo, depois da qual alguma imprecisão terminológica das obras joviais do Chefe não resulta nenhuma preocupação particular. Recomendo-a, na ordem dos estudos, não como ultimo ou um dos últimos livros a ser lido pelo estudioso do Integralismo, mas recomendo-o como primeiro livro, bastante, aliás, em si mesmo, para levar muitos ao entusiasmo pelo Brasil, mesmo que nada mais fosse lido.

Desejo, durante toda minha gestão e para o bem do futuro da Frente Integralista Brasileira e das futuras gerações Integralistas, que este livro tenha uma difusão o mais ampla possível. É minha sincera intenção: que seja lido como uma rica introdução ao integralismo, como ótimo seria ter do próprio Aristóteles, ou de um Tomás de Aquino, um livro redigido de próprio punho, após exame minucioso da obra genial produzida por eles.

O método de estudo do Integralismo pelo processo de gênese, isto é, do estudo do primeiro ao último livro, esconde o desafio de precisar o leitor deduzir o que muitos termos significam, correndo, com isso, o risco de introduzir à obra significados aprendidos em vivências anteriores, que, porém, encontram-se totalmente dissociados do sentido que Plínio Salgado tinha em mente ao escrever da forma como escreveu. E, uma vez cometido tal erro, o livro que você lê já não é mais o livro que Plínio Salgado escreveu.

Considero um ganho em diversos sentidos que “O Integralismo na Vida Brasileira” seja estudado antes de outras obras, ou pelo menos junto do Manifesto de Outubro de 1932 e Manifesto Programa de 1936, porque nele há síntese, há apreciação da obra pelos olhos do artista. Dessa maneira, ao encontrar na leitura corrente algo que pareça contraditório, não haverá obstáculo definitivo. Ficará claro que qualquer ponto obscurecido, em algum momento da evolução terminológica na exposição da doutrina, foi esmiuçado e clarificado perfeitamente em vista do fim obtido, que você conhecerá pela leitura de “O Integralismo na Vida Brasileira”.

Moisés J. Lima