
Faleceu ontem, por volta das três horas da tarde, em São Paulo, de causas naturais, aos noventa e nove anos de idade, o advogado, jurisconsulto, escritor, poeta, jornalista, tradutor e orador Genésio Cândido Pereira Filho.
Exemplar soldado de Deus e da Pátria e Bandeirante do Espírito, Genésio Cândido Pereira Filho nasceu em São Bento do Sapucaí, na Serra da Mantiqueira, na região do Vale do Paraíba Paulista, aos 25 dias do mês de agosto do ano da Graça de 1920.
Filho de Genésio Cândido Pereira, advogado e depois Promotor Público e, em seguida, Juiz de Direito, e de Rodolfina Marcondes Pereira e sobrinho por afinidade de Plínio Salgado e, mais tarde, também de Rui Ribeiro Couto, passou a primeira infância na pequeno, bucólica e tradicional cidade natal, indo ainda pequeno para Ribeirão Preto com toda a família quando o pai foi nomeado Juiz Substituto daquela grande e prósperaurbe do Nordeste Paulista. Mais tarde, sempre acompanhando o pai magistrado, viveu nos municípios paulistas de Silveiras, Mococa e Jaboticabal.
Embora tendo deixado bem cedo a cidade natal, Genésio Pereira Filho jamais deixou de ser filho daquelas montanhas e de se orgulhar disso e longe delas viveu sempre saudoso dos pinheirais, dos píncaros e das grotas de sua bela terra serrana.
Em meados da década de 1930, quando residia em Mococa e estudava no Ginásio Municipal daquela cidade, teve Genésio Pereira Filho por professor de História o ilustre e injustamente olvidado pensador, escritor, advogado e jornalista Francisco Teive de Almeida Magalhães, um dos mais destacados líderes integralistas do interior da Província Bandeirante e um dos mais notáveis vultos da Ação Integralista Brasileira (AIB), que, havendo lido um inspirado poema de Genésio, fez com que este fosse publicado no jornal A Gazeta de Mococa, onde pouco mais tarde foram publicados outros escritos do jovem sambentista, que também colaborou no jornal A Mococa.
Em Jaboticabal, onde residiu a partir de meados do ano de 1935, Genésio Cândido Pereira Filho, que sempre fora um aluno exemplar, concluiu, com brilhantes notas, o curso secundário, no Ginásio Municipal, participou ativamente das atividades do Centro Estudantil Guilherme de Almeida e de outros grêmios, fez o Tiro de Guerra e colaborou em diversos órgãos da imprensa local, como os jornais O Combate (então dirigido por Alfredo Buzaid), O Democrata e O Diário de Jaboticabal e a revista Cultura, tendo sido redator dos dois primeiros periódicos e diretor dos dois últimos. Ainda naquela cidade, trabalhou na Rádio Clube de Jaboticabal (PRG-4), onde dirigiu e apresentou diversos programas, dentre os quais podemos destacar Hora de Arte e Cinema em Destaque, ambos de grande audiência.
Já então tendo aderido ao Integralismo, movimento social, político e cultural renovador, tradicionalista e sadiamente patriótico e nacionalista, criado e liderado por seu tio e conterrâneo Plínio Salgado, Genésio Pereira Filho colaborou no jornal integralista Acção, da Capital Paulista, que circulou entre os anos de 1936 e 1938 e foi fundado e dirigido por Miguel Reale, aliás, também natural de São Bento do Sapucaí, pequena cidade que se fez grande ao dar grandes escritores e pensadores ao Brasil.
Por essa época, Genésio Cândido Pereira Filho, apesar de ainda adolescente, já podia ser considerado um dos mais brilhantes vultos da “poderosa geração integralista” de que nos falou Gumercindo Rocha Dorea, contando-se, com efeito, entre os primeiros “Bandeirantes do Espírito” que compuseram, nas palavras do nosso homenageado, aquele “vasto movimento cultural e político”, cujos elevados princípios se sintetizam na trilogia “Deus, Pátria e Família”.[1]
Em 1940, Genésio Pereira Filho se estabeleceu em São Paulo, onde ingressou na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), a tradicional Academia do Largo de São Francisco, na qual realizou o curso pré-universitário que então havia e, em seguida, o curso de bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais.
Na Capital Paulista, começou a colaborar em jornais como O Estado de São Paulo e A Gazeta e se tornou redator das revistas Universal e Resenha Musical e diretor-secretário da revista Ilustração, tendo, ainda, colaborado no jornal acadêmico A Balança, dirigido por Damiano Gullo, na seção Folha Universitária do jornal Folha da Noite e na revista Arcádia, órgão da Academia de Letras da Faculdade de Direito da USP, prestigiosa instituição em que ingressou ainda no início de seus estudos jurídicos e de que seria eleito presidente em dezembro de 1944, tomando posse em março do ano seguinte, numa sessão em que esteve presente o escritor, pensador e crítico literário Alceu Amoroso Lima.
Em 1942 foi publicado, pela Companhia Editora Panorama, de São Paulo, o livro Um tema e três obras, excelente ensaio crítico sobre o plágio da lavra de Genésio Pereira Filho, largamente elogiado, dentre outros, por Heraldo Barbuy, Nuto Sant’Anna, Agripino Grieco e Cecília Meireles.
Opositor da ditadura estadonovista de Getúlio Vargas, Genésio Pereira Filho foi preso, em novembro de 1943, pelo Departamento Estadual de Ordem Política e Social (DEOPS) de São Paulo, após ter participado da chamada “Passeata do Silêncio”, manifestação antivarguista que reuniu milhares de estudantes na Capital Paulista e foi duramente reprimida pela polícia.
Diplomado bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito da USP em 1946, Genésio Pereira Filho trabalhou como advogado até bem poucos anos, tendo sido, ainda, Procurador Federal, Assistente da Procuradoria Regional de São Paulo, Procurador Regional de Implantação do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) no Amazonas e Promotor Público Substituto na Capital Paulista e em Santos. Na Faculdade de Direito da USP, ministrou diversos seminários, na condição de docente voluntário, assistindo ao Professor José Loureiro Junior, um dos mais ilustres constitucionalistas brasileiros, esposo de Maria Amélia Salgado Loureiro, prima de nosso biografado, e genro de seu tio Plínio Salgado. Fora da USP, ministrou diversos cursos e aulas sobre Direito Agrário, Cadastro e Tributação.
Ao se formar em Ciências Jurídicas e Sociais, Genésio Pereira Filho, destacado “líder político e defensor do ideário integralista”, como ressaltou Pedro Paulo Filho,[2] já militava nas fileiras do Partido de Representação Popular (PRP), que, sob a liderança de Plínio Salgado, levava adiante a chama dos ideais essencialmente cristãos e brasileiros do Integralismo. Nosso ínclito biografado exerceu diversas atividades no PRP, tendo sido membro do Diretório Nacional daquela agremiação política e também do Diretório Estadual de São Paulo, de que foi Presidente, e colaborado em diversos órgãos daquele partido, a exemplo dos jornais Idade Nova e A Marcha, do Rio de Janeiro, e Mensagem, de São Paulo, e da revista Avante!, de Ribeirão Preto.
Em 1947, quando residia no Rio de Janeiro e ocupava o cargo de Secretário Nacional de Arregimentação de Estudantes do PRP, concebeu Genésio Pereira Filho a ideia de fundar uma editora. Como escreveu em “Menotti Del Picchia: uma obra rara”, publicado em 1993, os planos foram definidos com a realização, no dia 2 de julho daquele ano, do Conclave do Estudante Populista,[3] promovido pelo PRP. Este conclave, preparatório do futuro 1º Congresso Nacional dos Estudantes do PRP, realizado em Campinas em julho de 1948, aprovou o magnífico Código de Ética do Estudante, de autoria de Plínio Salgado.[4]
Considerando que o Código de Ética do Estudante, que se opõe claramente à filosofia do êxito, do conformismo e da decadência, merecia grande divulgação, resolveu Genésio Pereira Filho que seria ele a primeira publicação de sua editora. Esta teria o nome de Editorial Guanumby, sendo “guanumby” ou “guanumbi” o nome atribuído, no idioma tupi, ao beija-flor, ou colibri, tomado, nas palavras do escritor sambentista, “como símbolo de atividade (luta) permanente, ligeireza; enfim, símbolo da energia constante e das lutas pelos ideais”.[5]
Pouco depois da criação da Editorial Guanumby Limitada, Genésio Pereira Filho e José Loureiro Junior, seu sócio na aludida editora, adquiriram a Livraria Lealdade, uma das maiores e melhores de São Paulo, como noticiou a revista Avante!,[6] e a Gráfica Tibiriçá Limitada, surgindo, assim, o Grupo Guanumby, que realizava as tarefas de edição, impressão e venda de livros.[7]
Nessa época, teve destaque uma frase do Papa Pio XII no sentido de que o livro deve educar o povo para uma mais profunda compreensão das coisas, assim como fazê-lo pensar e refletir. Com base em tais palavras, resolveram os proprietários da Editorial Guanumby dar a suas edições uma função nobre, elevada e dignificante, tornando-as fator de educação do nosso povo e agente de sua elevação espiritual e moral, bem como uma fonte de amor, sabedoria e esperança.[8]
A fim de melhor cumprir a elevada missão a que se propusera como editor, Genésio Pereira Filho resolveu criar o Clube dos Bibliófilos, cujo Conselho Orientador foi constituído por ele próprio, por Plínio Salgado e por Menotti Del Picchia, e que promoveu diversas reuniões, conferências e debates e patrocinou, pela Editorial Guanumby, a publicação de algumas edições selecionadas. A primeira de tais publicações, datada de 1951, foi O poema da Fortaleza de Santa Cruz, de Plínio Salgado, com ilustrações de Rugo, e a segunda, de 1952, foi O drama do Calvário, de Menotti Del Picchia, ilustrada com xilogravuras de Karl Heinz Hansen.[9]
Dentre os diversos livros publicados pela Editorial Guanumby, que esteve em atividade até meados da década de 1950, podemos destacar, além dos já mencionados Código de Ética do Estudante e O poema da Fortaleza de Santa Cruz, de Plínio Salgado, e O drama do Calvário, de Menotti Del Picchia, A mulher no século XX, Madrugada do Espírito, O conceito cristão da Democracia, Espírito da burguesia e Extremismo e Democracia, todos de Plínio Salgado, tendo este último um belo prefácio de Genésio Pereira Filho; “A imagem de Cristo na Assembleia Legislativa de São Paulo”, de Loureiro Junior, Um tempo que passou(crônicas de amor), de Djanira Brandi Bertolotti, Comemorações Euclidianas: 1947, de autoria coletiva, e Rui Barbosa para a juventude e Ser integralista, não ser integralista (o eterno e o efêmero), de Genésio Pereira Filho. Este último trabalho, originalmente publicado na revista “Avante!”,[10] é, sem sombra de dúvida, o mais difundido trabalho do escritor de São Bento do Sapucaí, tendo sido reeditado algumas vezes em plaquetes e transcrito, algumas vezes sob o título de Ser ou não ser integralista, em inúmeros jornais, revistas e, mais recentemente, em páginas da Internet, bem como na Enciclopédia do Integralismo, organizada por Gumercindo Rocha Dorea e Plínio Salgado entre fins da década de 1950 e princípios da década de 1960, o que comprova, na expressão de Gumercindo Rocha Dorea, “a sua permanência como elemento fecundante na política brasileira”.[11]
Como está escrito na revista Avante!, Rui Barbosa para a juventude, de Genésio Pereira Filho, cuja primeira edição data de 1949, não é uma simples biografia, mas um “livro cheio de vida e de ensinamentos úteis para os jovens”.[12] Tratando desta obra, na imprensa, ressaltou Menotti Del Picchia que tal trabalho, “uma excelente vulgarização biográfica do político e orador” baiano, merece “um máximo de difusão entre nossa mocidade, não apenas porque está muito bem concebido e escrito, como porque vulgariza selecionados trechos da maravilhosa prosa do imortal escritor”.[13]
Casado em 1953, com a advogada Maria Aparecida Homem Pereira, que lhe deu os filhos Paulo e Mônica, Genésio Pereira Filho passou a lua de mel em Bariloche, na Argentina. Tendo visitado, após a lua de mel, a cidade de Buenos Aires, onde o escritor e jornalista patrício tinha muitos admiradores, o novo casal foi homenageado com um banquete de que participaram quatrocentos intelectuais e artistas argentinos.
Como assinalou Pedro Paulo Filho, Genésio Pereira Filho, quando Presidente do Diretório Estadual do PRP de São Paulo, criou o Parlamento-Escola, destinado ao preparo dos candidatos que aspiravam a cargos legislativos. Ainda como frisou o inspirado poeta, memorialista e historiador de Campos do Jordão (Pedro Paulo Filho), o Parlamento-Escola foi instalado em 1961, na Faculdade de Direito da USP, no Largo de São Francisco, tendo sido sua aula inaugural dada pelo Professor Miguel Reale.[14] Além de Miguel Reale, foram professores do Parlamento-Escola, dentre outros, Heraldo Barbuy, Alfredo Buzaid, Ignacio e Goffredo da Silva Telles e José Loureiro Júnior.
Além dos mencionados livros Um tema e três obras (1942), Rui Barbosa para a juventude (1949), Ser integralista, não ser integralista (o eterno e o efêmero) (1950) e Menotti Del Picchia: uma obra rara (1993), Genésio Pereira Filho publicou as seguintes obras: Declaração de interdependência (1954), Relação de causalidade (1955), O estrangeiro e a liberdade política (1955), Estado perigoso e medida de segurança (1955-56), Festival da neve em Bariloche: roteiro de viagem aos lagos do sul (1956), Sevícia e injúria grave no desquite litigioso (1958) e Intangibilidade territorial do Município em face da Lei Orgânica (1959), tendo, ainda, integrado o grupo de redatores do livro 80 anos de ‘Os sertões’ de Euclides da Cunha (1902-1982), e participado, com três belos e inspirados poemas, da coletânea Itinerário poético (1991), organizada pelo escritor, jornalista, editor e historiador Cláudio de Cápua.
Dentre os diversos juristas brasileiros que elogiaram os escritos jurídicos de Genésio Pereira Filho, podemos destacar, dentre outros, Hely Lopes Meirelles, Miguel Reale, Basileu Garcia, Antônio Ferreira Cesarino Júnior e José Pedro Galvão de Sousa.
Excelente tradutor, Genésio Cândido Pereira Filho verteu para o idioma de Camões as obras Madame Bovary, de Flaubert (1955), No mundo encantado do arco-íris, de Roger Dal (1957), Albert Schweitzer: uma vida exemplar, de Mario Waissmann (1959), e Amada imortal (1962), de Kurt Pahlen,[15] todas lançadas pelas Edições Melhoramentos, de São Paulo.
Além dos diversos veículos de imprensa aqui mencionados, colaborou Genésio Pereira Filho, dentre outros, nos jornais integralistas Renovação Nacional, do Rio de Janeiro, e Ação Nacional, de São Paulo, na revista Nuevo Mundo, de Buenos Aires, que, aliás, chegou a dirigir por algum tempo, e no jornal Imprensa Paulista, órgão oficial da Associação Paulista de Imprensa, de que foi por vários anos o editor responsável, e tem colaborado no jornal literário Linguagem Viva, da Capital Paulista.
Genésio Pereira Filho foi membro de diversas instituições, como a já mencionada Academia de Letras da Faculdade de Direito da USP, de que foi, como vimos, Presidente, a Academia Cristã de Letras, na qual ocupou o cargo de 1º Secretário, a Academia Paulistana de História, o Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, a Academia de Letras de Campos do Jordão, de que foi 2º Tesoureiro, a Ordem dos Velhos Jornalistas, a Academia Pindamonhangabense de Letras, a Academia Anapolina de Filosofia, Ciências e Letras, a Casa de Plínio Salgado, de que foi Diretor Jurídico, o Centro de Estudos Euclides da Cunha, no qual ocupou os cargos de Presidente e de 2º Secretário, a União Brasileira de Escritores, de que foi Conselheiro, a Associação Brasileira de Cultura, em que ocupou o cargo de Secretário, a Unión Cultural Americana, de Buenos Aires, o Centro de Cultura de Arceburgo, o Grêmio Cultural Jackson de Figueiredo, o Espaço Cultural Plínio Salgado, o Instituto dos Advogados de São Paulo, a Ordem dos Advogados do Brasil, o Instituto Paulista de Direito Agrário, a Academia Itapirense de Letras e Artes, a Ordem Nacional dos Bandeirantes, a Academia de Letras da Mantiqueira, a Associação Brasileira de Estudos Plínio Salgado, de que foi Vice-Presidente, e a Associação Paulista de Imprensa, em que ocupou os cargos de Presidente e de 1º Vice-Presidente.
Orador brilhante, Genésio Pereira Filho proferiu dezenas de palestras, em São Paulo e no Interior Paulista, sobre temas como São Bento do Sapucaí, Plínio Salgado, Cecília Meireles, Monteiro Lobato, Euclides da Cunha, Eugênia Sereno e Ribeiro Couto. Uma de tais palestras, intitulada Recuperando literariamente Plínio Salgado[16] e proferida na Academia de Letras de Campos do Jordão, foi publicada no boletim dessa Academia, em que ocupava a cadeira nº 25, cuja patrona é a poeta Cecília Meireles.
Dentre as dezenas de grandes escritores e intelectuais com quem Genésio Pereira Filho teve a oportunidade de conviver, figuram Plínio Salgado e Rui Ribeiro Couto, seus tios por afinidade; suas primas e conterrâneas Maria Amélia Salgado Loureiro, filha e biógrafa de Plínio Salgado, e Benedicta de Rezende, mais conhecida pelo pseudônimo de Eugênia Sereno, e seus respectivos esposos, Loureiro Junior e Mário Graciotti; a poetisa uruguaia Estrella Genta e seu pai, o militar, pensador e poeta Edgardo Ubaldo Genta; Cecília Meireles, Menotti Del Picchia, Agripino Grieco, Almeida Magalhães, Monteiro Lobato, Guilherme de Almeida, Hernâni Donato, Francisco Marins, Heraldo Barbuy, Paulo Bomfim, Miguel Reale, Alfredo Buzaid, Raimundo de Menezes, Goffredo Telles Junior, Ignacio da Silva Telles,Tasso da Silveira, Yone Stamato, Lygia Fagundes Telles, Esther de Figueiredo Ferraz, Paulo Dantas, Ledo Ivo, Clarice Lispector, Alfredo Leite, Alceu Amoroso Lima, Gumercindo Rocha Dorea, Pedro Paulo Filho e a poetisa chilena Gabriela Mistral, vencedora do Prêmio Nobel de Literatura em 1945.
Genésio Pereira Filho foi agraciado com dezenas de prêmios, títulos, distinções e medalhas, como o Colar do Centenário, comemorativo do Centenário do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, a Medalha D. Pedro II, também do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, o Diploma de Honra ao Mérito da Ordem dos Velhos Jornalistas, a Láurea de Reconhecimento pelo culto perene ao Direito, à Liberdade e à Justiça, da secção paulista da Ordem dos Advogados do Brasil, o prêmio de viagem à Argentina, da Câmara Argentina de Comércio de São Paulo, em 1957, por ter sido o melhor aluno dos cursos de Língua Castelhana e de Literaturas Espanhola e Hispano-Americana mantidos por aquela Câmara, e o Diploma de Explorador do Continente Gelado, da Base Chilena Teniente Marsh e da Línea Aereadel Cobre S.A., por sua viagem à Antártida, em 1984.
No ano de 1997, Pedro Paulo Filho publicou a obra A Montanha Magnífica, em que discorreu sobre a vida e a obra da maior parte das pessoas ilustres que visitaram Campos do Jordão ou viveram e escreveram na chamada Suíça Brasileira, incluindo, entre seus visitantes, Genésio Pereira Filho, escritor sambentista.[17]
Em 2001, Francisco Piorino Neto deu à estampa a obra Biografias, contendo breves perfis biográficos de todos os patronos e membros da Academia Pindamonhangabense de Letras, incluindo, entre estes últimos, Genésio Pereira Filho, que ocupava, naquela Academia, a cadeira nº 13, cujo patrono é José Athayde Marcondes, autor de Pindamonhangaba, grande obra histórica sobre aquela bela e tradicional cidade valeparaibana, conhecida como a Princesa do Norte.[18]
Em 2015, os noventa e cinco anos, Genésio Pereira Filho foram lembrados pela poeta, jornalista e crítica literária Rosani Abou Adal, editora de Linguagem Viva, que, na primeira página e no editorial desse excelente jornal literário, prestou uma linda homenagem ao autor de Um tema e três obras, a quem conheceu em 1987, no Centro de Estudos Euclides da Cunha.[19] Como salientou Rosani, Genésio Pereira Filho prestou “grandiosa contribuição para as nossas Letras”, sendo graças ao vigoroso auxílio que o escritor vinha prestando ao jornal Linguagem Viva, de que fora um dos pais, desde a fundação, que este se encontrava vivo naquele momento,[20] dando considerável contribuição à Literatura e à Cultura Pátria.
O tradicional jornal O Combate, de Jaboticabal, também prestou uma merecida homenagem a Genésio Pereira Filhoquando de seus noventa e cinco anos, destacando a marcante passagem do escritor sambentista pela imprensa jaboticabalense e paulistana e observando que “este grande homem” deixou sua marca nos diferentes órgãos de imprensa e instituições em que trabalhou e continua ativo, compartilhando seu vasto saber.[21]
Por fim, nós também escrevemos e publicamos, no jornal O Lince, de Aparecida, por ocasião dos 95 anos de Genésio Pereira Filho, um artigo em sua homenagem, intitulado O escritor sambentista Genésio Pereira Filho,[22] em que evocamos a vida e a obra do escritor e homem de letras de São Bento do Sapucaí e sua contribuição à Literatura, à Cultura e ao Pensamento do nosso Brasil.
Encerramos esta singela homenagem a Genésio Cândido Pereira Filho ressaltando que este nobre filho das montanhas da Mantiqueira, valoroso soldado de Deus, da Pátria e da Família e Bandeirante do Espírito foi – e ainda é e continuará sendo – para todos nós um exemplo de virtudes morais e intelectuais e de resistência e permanência na luta por ideais elevadose sublimes e rogando ao Criador e Imperador do Universo que o receba no Reino Celeste e faça nascer, nas gerações vindouras, homens da têmpera deste bravo combatente do bom combate em prol de Cristo e da Nação, pelo bem da nossa Terra de Santa Cruz!
Genésio Pereira Filho, Presente!
Victor Emanuel Vilela Barbuy, São Paulo, 18 de outubro de 2019.
Notas:
[1] Palavras iniciais, in Plínio SALGADO, Extremismo e Democracia, 1ª edição, São Paulo, Editorial Guanumby, s/d, pp. 8-9.
[2] Genésio Pereira Filho, escritor sambentista, in A Montanha Magnífica (memória sentimental de Campos do Jordão), 2º volume, São Paulo, O Recado Editora Ltda., 1997, p. 329.
[3] O termo “populista” era usado pelo PRP nos sentidos positivos de amigo e defensor do povo e não no sentido negativo de tal termo.
[4] Menotti Del Picchia: uma obra rara, São Paulo,EditorAção, 1993, p. 1.
[5] Idem, loc. cit.
[6] Livraria Lealdade – Edições Guanumby: uma organisação a serviço da Cultura, in “Avante!”, ano I, nº 3, Ribeirão Preto-SP, maio-julho de 1950, página não numerada.
[7] Cf. Genésio PEREIRA FILHO, Menotti Del Picchia: uma obra rara, São Paulo, EditorAção, 1993, pp. 2-3.
[8] Idem, p. 3.
[9] Idem, pp. 3-4.
[10] Avante!, ano I, nº 2, Ribeirão Preto-SP, fevereiro-abril de 1950, p. 50.
[11] Sei que vou por aqui!”, ano I, nº 1, São Paulo, julho-agosto de 2004, p. XI. O ensaio “Ser integralista, não ser integralista (o eterno e o efêmero)”, de Genésio Pereira Filho,se encontra transcrito entre as páginas XI e XIII da citada edição da revista Sei que vou por aqui!”.
[12] Livraria Lealdade – Edições Guanumby: uma organisação a serviço da Cultura, in Avante!, ano I, nº 3, Ribeirão Preto-SP, maio-julho de 1950, página não numerada.
[13] In Genésio PEREIRA FILHO, “Menotti Del Picchia: uma obra rara”, São Paulo, EditorAção, 1993, pp. 47-48.
[14] Genésio Pereira Filho, escritor sambentista, in A Montanha Magnífica (memória sentimental de Campos do Jordão), 2º Volume, São Paulo, O Recado Editora Ltda., 1997, p. 329.
[15] A segunda edição desta obra (1992), que revela o mundo íntimo de músicos grandes e célebres por meio de suas cartas de amor, recebeu o título de Apassionata.
[16] Recuperando literariamente Plínio Salgado, in Boletim da Academia de Letras de Campos do Jordão, ano XIV, nº 69, setembro de 1999, pp. 2-9.
[17] Genésio Pereira Filho, escritor sambentista, in A Montanha Magnífica (memória sentimental de Campos do Jordão), 2º volume, São Paulo, O Recado Editora Ltda., 1997, pp. 328-330.
[18] Biografias, Campinas-SP, Mystic Editora, 2001, pp. 262-264.
[19] Os 95 anos de Genésio Cândido Pereira Filho, in Linguagem Viva, ano XXV, nº 312, São Paulo, agosto de 2015, p. 1.
[20] Nosso pai, in Linguagem Viva, ano XXV, nº 312, São Paulo, agosto de 2015, p. 2.
[21] Pereira Filho completa 95 anos, in O Combate, ano 112, nº 6681, Jaboticabal-SP, 18 de setembro de 2015, p. 5.
[22] Victor Emanuel Vilela BARBUY, O escritor sambentista Genésio Pereira Filho, in O Lince, Nova fase, Ano 9, nº 66, Aparecida-SP, Nov./Dez. de 2015, pp. 24-27.
Texto postado em 19 de outubro de 2019 e revisado em 30 de outubro de 2021.