Com fatos como a eleição de Trump, em 2016, asseclas do status quo – entre eles, jornalistas, políticos, funcionários públicos e outros personagens do então pensamento dominante – entraram em desespero, diante de uma ruptura do mundo como conheciam, que colocava em risco, não só o globalismo e seus projetos relacionados, mas também os seus empregos.

Eventos como o Brexit e figuras como Duterte, Bolsonaro, Johnson e outros ascenderam ao poder para espanto tanto dos ditos “democratas” e “defensores do politicamente correto”, quanto para a própria direita, que se viu no poder sem um projeto consistente e de longo prazo. Tudo apontava para a formação de uma nova ordem política global, que atendia melhor não só aos anseios daqueles que antes não se sentiam representados, como também sinalizava, de certa forma, uma perspectiva diferente em um novo projeto às potências decadentes.

Até mesmo o iludido ex-chanceler Ernesto Araújo, equivocadamente confiando na perenidade da postura e decisões de um governo de turno dos EUA, propagava ao mundo que o Brasil seria parte dessa nova ordem. Ingenuidade que custou ao país abrir mão de importantes posições-chave conquistadas a duras penas nas últimas décadas.

Azar de uns, sorte para outros, com a pandemia fora de controle e se tornando a prioridade de luta dos governos nacionais, os donos do mundo encontraram, no momento de caos, o cenário perfeito para uma relativa pausa no tabuleiro geopolítico: uma situação em que as nações hesitavam ou cessavam seus movimentos, enquanto eles, estes sim jogadores ativos, nas sombras, tramavam contra todos.

A velha ordem não dita as ações de cada ser humano no mundo. Isso seria impossível. Mas faz ajustes de curso conforme os eventos vão ocorrendo.

O curioso é que da “simples” luta de todo o aparato mainstream contra vozes dissonantes ou erráticas — o que reduzia o jogo a uma exaustiva guerra de narrativas —, os membros fundadores do Clube Bilderberg conseguiram voltar algumas casas e se permitiram fazer novas jogadas. 

Em um mundo pautado pelo materialismo, onde as perdas financeiras importam mais do que as vidas ceifadas pelo vírus, a economia global recuou anos e diminuiu ainda mais a voz dos ditos emergentes, abrindo espaço para a manutenção e reinserção estratégica de organismos-chave de controle global, como o FMI, a OMC, o G7, e outros.

Não há novos aspirantes aos círculos de poder em um mundo onde a economia paralisada e a fortuna acumulada tornam-se ainda mais valiosas nas mãos de poucos. Os mesmos astutos que séculos atrás correram para dominar as tecnologias bancárias, correm agora para comprar as empresas de tecnologia que podem ser a chave para o controle da humanidade nesta nova era da informação. O título bancário já não vale e não rende. O título da ação ou da expectativa de valor da informação é a grande corrida ao Eldorado que fazem hoje – sem qualquer impedimento ou concorrência.

Além disso, a pandemia tem servido como um importante laboratório global para o já antigo e conhecido projeto da Velha Ordem de controle da informação e das liberdades individuais, acelerando ou entregando de bandeja aos donos do mundo respostas que antes não estavam sequer em perspectiva.

Do descrédito da informação “livre” na internet à complacente obediência de gado de uma população ameaçada, a pandemia tem exposto as vulnerabilidades a que a maioria das “democracias” liberais estão sujeitas: perseguição aberta e censura de opositores à narrativa imposta pelos tecnocratas do Vale do Silício*, esquerdas e direitas corroendo internamente as próprias nações em lutas mais intensas, e as várias nações, com seus governos de turno desacreditados, trocando farpas e se digladiando com o pouco poder que lhes restou.

Orbitando tudo isso, uma população global a cada dia mais emburrecida pelo entretenimento, imediatista, individualista, arrogante e extremamente ingênua, plenamente confiante de que suas liberdades e prazeres estão acima dos interesses diabólicos de uma pequena elite endinheirada nos arranha-céus da City e de Wall Street.

* * *

Para os nacionalistas a ingenuidade não deve ser uma opção, e a mudança quase nunca virá da ascensão de um político dissonante ou por um grito de independência em uma praça importante. A City e as famílias que governam o mundo provavelmente seguirão ditando as regras e influenciando nos acontecimentos, enquanto nós seremos os derrotados da ocasião ou apenas os espectadores dos fatos.

A resposta a esse cenário desolador deve vir do estudo. A maior ferramenta que o homem tem é sua mente. Quando frisamos esse ponto, parece comum o “entrar por um lado e sair pelo outro”. O que talvez falte esclarecer é que não se trata do estudo convencional, de ir à escola e ser o melhor da turma, falar o idioma com perfeição ou ser uma calculadora ambulante. Trata-se de pesquisar pela informação que nem sempre está disponível, de bandeja para todos. É preciso tentar entender o mundo nos pormenores das engrenagens que o movimentam e não apenas na embalagem com que é apresentado. 

Pensar fora da caixa, esse é o ponto.

Um mundo composto por pessoas medianas e técnicas é o que interessa aos donos do mundo. Somente uma nação consciente é capaz de filtrar e detectar a propaganda que, no dia-a-dia, dita não só a “opinião” política, mas a cultura, o entretenimento, as tendências, os hábitos mais simples de consumo e as supostas “escolhas” de cada um.

A poderosa China tem excelentes técnicos, os melhores matemáticos, alguns dos melhores engenheiros e, no fim, todos bons escravos. Acorde e estude, enquanto pode.

Eduardo Ferraz
Diretor Administrativo Nacional da Frente Integralista Brasileira

* Curiosamente este texto foi escrito antes da censura imposta pelo Facebook à Frente Integralista Brasileira e milhares de membros, porém teve sua publicação em momento posterior por motivo de agenda.

Literatura recomendada para estudo:

Inscrever-se!
Acompanhar
guest
1 Comentário
antigo
novo mais votado
Inline Feedbacks
Ver todos os comentários
Leandro Schenfelder Schneider

Muito legal, vale a reflexão! Obrigado.

1
0
Este texto aceita comentários!x
()
x