Recentemente publicamos em nosso portal algumas atualizações sobre o envolvimento de alguns companheiros com o PTB. A notícia dos fatos públicos motivou algumas matérias em alguns dos principais jornais do Brasil.
Os “especialistas” consultados – para validar o esperado rigor jornalístico – são conhecidos militantes políticos profissionais, que recebem seus ganhos às custas de emprego em universidades públicas e verbas de fomento. Recentemente, esses “intelectuais” promoveram e incitaram a destruição de patrimônio público e os atos de terrorismo que foram concretizados no último sábado, com o dano à estátua em homenagem a Borba Gato.
A prática do terrorismo e delinquência contra a memória e as instituições brasileiras vista em público no incêndio da semana passada, é a mesma prática profissional e contínua por meio de critérios duvidosos de seleção, esses militantes se apoderaram de cargos que lhes conferem patrocínio e segurança para realizar seus “atos revolucionários”, incluindo sabotar e adulterar documentos históricos e queimar museus, e tentam queimar a reputação dos jornais, inserindo informação de falsidade facilmente verificável.
Os jornalistas caíram no engano de não procurar nosso movimento ou não aguardar resposta por tempo razoável (menos de vinte e quatro horas, no caso do OESP, que de fato registramos tentativa de contato). Somos acusados de defender o que não defendemos e até mesmo de pensar o que não pensamos. Uma aberração.
O PTB é alicerçado desde a fundação no trabalhismo cristão e na Rerum Novarum, tendo portanto – como nós – a Doutrina Social da Igreja como base e não o marxismo. Importante lembrar que a doutrina original do PTB, ainda assim, não é a mesma do Integralismo. Há dissemelhanças em fundamentos doutrinários. Termos ações e caminhos distintos ao longo da história não produz antagonismo de princípios. Diversos integralistas, incluindo ex-membros da Ação Integralista Brasileira e membros do chamado Movimento Águia Branca (também conhecido como Movimento dos Águias Brancas), fizeram parte do partido em suas diferentes fases sem qualquer problema – assim como seguimos atuando com companheiros dentro dos mais diversos partidos de todo o espectro ao longo de décadas. Entre esses integralistas, tiveram destaque no PTB em São Paulo na década de 1980 personalidades como os jornalistas Rômulo Augusto Romero Fontes e Cláudio de Cápua, ambos próximos do Prefeito de São Paulo, Jânio Quadros, eleito pelo partido. Antes disso, o PTB original já tivera, no Rio Grande do Sul, entre fins da década de 1950 e princípios da década de 1960, uma firme aliança com o Partido de Representação Popular (PRP), agremiação política presidida por Plínio Salgado e que afirmava os ideais do Integralismo. Através dessa aliança, além da eleição petebista para Governador do RS, o PTB participou ativamente da eleição do Senador integralista Guido Mondin, assim como de Deputados Federais integralistas e da nomeação de integralistas para cargos-chave do Governo gaúcho.
O Integralismo foi fundado com base em intelectuais e movimentos nacionais, dialogando ao longo da história com diversos movimentos e pensamentos contemporâneos, sem a criação de qualquer barreira e sempre combatendo covardias mentais. Nossa atuação política alcança ao longo de décadas influência em todos os governos do Brasil e atuamos diretamente em todos os momentos históricos desde nossa fundação, imediatamente posterior à Revolução de 1932.
Jamais ocorreu qualquer condicionamento do movimento em apoiar, ou a aderir ou negociar qualquer prestígio em governos. Pelo contrário: nossa luta no campo de ideias ganha força na medida em que se reflete em toda a política nacional – e assim segue desde a década de 1930. Esta posição foi definida ainda nos primeiros anos do nosso movimento por Plínio Salgado, quando afirmou que integralistas não apoiam ou se opõem a governos, embora sempre se disponham a colaborar com eles na grandeza da Nação.
Especialmente os jornalistas de O Estado de São Paulo deveriam saber que no momento histórico da implantação do “Estado Novo”, mesmo com as diferenças entre nós e os liberais desse mesmo jornal, estivemos na mesma trincheira de enfrentamento àquele ato que suspendeu as eleições, perseguiu a imprensa livre e implantou o regime, inclusive na articulação do plano de prisão do então ditador. Jamais um “putsch”. Era um ato de defesa das instituições. Deveriam saber que as reações que sofremos em decorrência daquele ato histórico foram simultâneas, com exílio e prisão de diversos integralistas e intervenção direta do governo dentro do OESP.
Cobrar que militantes que se fingem de pesquisadores saibam ou se atenham à história mais do que jornalistas é algo que não podemos fazer. Importante observar que não é rara a manifestação de incômodo pelas atuações de jornalistas que “ousam” escrever e pensar no Brasil sem o carimbo do “partidão”. Foi o caso de Plínio Salgado, que cumpriu seu dever sempre dentro da ética jornalística, registrou e revelou verdades. Fica nossa recomendação de estudo e aprofundamento do que foram os atos de 1938. E, claro, estudo do que pensamos, defendemos e somos.
Na era da difamação, dos “cancelamentos” e das chamadas “fake news”, o esforço jornalístico precisa ser maior.
A seguir alguns apontamentos mais detalhados, seguindo a sequência conforme o texto publicado hoje pelo O Estado de São Paulo, do jornalista Caio Sartori:
- O trabalhismo do PTB teve base na doutrina social da Igreja e este vínculo de princípios segue no partido.
- O Integralismo não é versão brasileira do fascismo e entre as diferenças mais marcantes estão a defesa de um papel mais harmônico e justo do Estado e de uma autonomia maior de grupos e instituições sociais. As coincidências de posições contemporâneas são comuns a movimentos diversos, mesmo os mais antagônicos e tal fenômeno pode ser observado mesmo em dias atuais. Com efeito, em muitos momentos socialistas e anarquistas, liberais e fascistas, comunistas e anarcocapitalistas apresentam posições idênticas. Logo após visita à Itália, Plínio Salgado escreveu que não era daquele movimento que o Brasil precisava. Diversas críticas ao fascismo e movimentos diversos foram feitas – durante e inclusive antes mesmo da AIB – por Plínio Salgado. Em nossa seção Fascismo e Nazismo, colecionamos citações de praticamente todos os autores da Ação Integralista Brasileira sobre a incompatibilidade dos dois movimentos. São diversos os fatos que demonstram distanciamento não somente doutrinário e que permitiriam com naturalidade, após a AIB, e já na Segunda Guerra Mundial, que os integralistas tenham sido os primeiros voluntários da guerra contra o “Eixo”, comandando pontos-chave da resposta militar brasileira no Atlântico e na Europa.
- Os integralistas apoiaram a posse de João Goulart.
- Roberto Jefferson não está em posição de contraste, seu papel constituinte foi relevante para equilibrar a Constituição de 88 exatamente contra exageros marxistas.
- Não tivemos contato com qualquer grupo declaradamente fascista no PTB.
- Atualmente, estão se reunindo e fortalecendo o partido diversos movimentos e grupos, incluindo grupos religiosos e movimentos de militância com quem não precisamos ter qualquer alinhamento, a não ser o interesse nacional e a defesa do Brasil.
- Como dito, não somos continuidade de fascistas, somos integralistas, movimento de continuidade única, formado por diversas associações formais ou não, estabelecidas ao longo de décadas.
- Não afirmamos que a sigla se “converteu em casa”. Informamos que alguns companheiros poderão disputar cargos dentro do sistema vigente, prática já continuada ao longo de décadas por inúmeros companheiros.
- O integralismo não imitou o fascismo italiano. Ambos foram contemporâneos e ambos refletiram diversos aspectos estéticos e de pensamentos da época. A propósito, vale o estudo do pensamento de autores do nacionalismo e da filosofia brasileira, anteriores ao fascismo, assim como de tantos autores da França e de Portugal, que chegaram a todas as nossas conclusões enquanto Mussolini ainda era um socialista.
- O movimento de 11 de Maio de 1938, organizado também por liberais do OESP e outros grupos, tinha como objetivo restabelecer a eleição e prender Getúlio Vargas. Era pela restauração da Constituição de 1934 e do princípio constitucionalista.
- A decisão de não aderir àquele governo se deu por meio de debate que analisou a proposta do Estado Novo e concluiu que estava significativamente distante dos nossos princípios, e àquela altura perigosamente próximo de tirania, como viria a se confirmar. A organização precária e de cima para baixo dos sindicatos é apenas um dos exemplos de contrariedade. Não houve ilusão ou acordo estabelecido ou rompido.
- Diversos integralistas foram fuzilados e presos, diversos lares foram invadidos com destruição de livros e material integralista durante o período. Retaliações não foram somente contra integralistas mas alcançaram os então parceiros do OESP.
- Não somos “neointegralistas”; somos integralistas e nenhum grupo “neointegralista” é reconhecido pelo nosso movimento. A exploração deste termo sensacionalista demonstra não somente a disposição militante, como uma completa distância técnica.
- A participação em partidos políticos ocorreu durante toda a nossa história. Membros da FIB integraram ou integram mais de uma dezena de partidos desde sua fundação – alguns de nossos membros já integravam partidos antes da fundação da FIB. Não houve migração em bloco entre um partido ou outro. Sendo um movimento suprapartidário, a Frente Integralista Brasileira não pertence ou se limita a qualquer partido, unindo-se unicamente ao seu compromisso com a grandeza do Brasil.
- Os comentários a respeito de Levy Fidelix e Roberto Jefferson demonstram que o escritor não analisou as posições de ambos em qualquer momento da história. O suposto método científico que justificaria um afastamento das fontes não passa de uma farsa militante para ganho de projeção interna.
- Nosso objetivo é constituir organização de massa, ao contrário do imaginado pelo escritor. Isso demonstra incapacidade fundamental de análise justamente por parte das maiores “referências” consultadas pela imprensa sobre o nosso movimento.
- Braçadeiras jamais foram adotadas pelo movimento. Usamos um bordado, como é possível ser visto em todas as fotos da Ação Integralista Brasileira desde 1932.
- O PRP teve expressão de partido médio, alcançando posto significativo em disputa majoritária e diversos postos públicos.
- O companheiro Paulo Fernando é membro do movimento e participa com outros de deliberações. Não foi ele que articulou as filiações de outros companheiros da forma que imaginam. O Integralismo não é um movimento de lobos solitários.
- Não existe “bolsonarismo” constituído como movimento de valores morais. Não há obra ou manifesto fundante ou organizador de princípios. Este tipo de análise demonstra que se imagina um “fantasma” e que se quer combater mesmo sem saber o que é. Existem valores anteriores ao processo eleitoral que acabaram tendo certo reflexo na eleição deste governo mas que são permanentes e seguirão após este.
- O escritor certamente não sabe indicar quais são nossas visões inspiradas no fascismo e não conhece as fontes e inspirações do Integralismo.
- O Estado Integral representará melhor a população, realizando verdadeira democracia. Definitivamente não faz sentido tachá-lo gratuitamente de “antiparlamentarista”. O Sigma propõe novas formas de relação entre o Legislativo e o Executivo, de modo a identificar Estado e Sociedade em forma mais perfeita e funcional. Apenas para mostrar o absurdo da simplificação de nossa doutrina, lembramos que Plínio Salgado foi responsável pela emenda que criou o parlamentarismo no Brasil em 1962. Está registrado em textos e realizações concretos: Não há como vandalizar a história a este ponto.
- O chamado período militar não constituiu precisamente uma ditadura. Nele existiam dois partidos, oposição, manifestação de opinião crítica, eleições indiretas e mesmo eleição de candidatos do partido da oposição. Há críticas aos modelos, às decisões e fatos, mas não se pode considerar de forma inequívoca como uma ditadura – ao contrário do Estado Novo.
- O escândalo do “Mensalão” veio à tona graças à ação de Roberto Jefferson que, assim como Enéas Carneiro (PRONA) denunciou, escancarou a manipulação com “compra” de parlamentares pelo governo, promovendo a migração de partido e votando cegamente em favor de decisões do executivo. A pena foi cumprida e não se vêem as manobras de invalidação da justiça como a orquestrada pelo PT.
- Os integralistas ao longo das décadas de história do movimento sempre mantiveram presença em diversas organizações e partidos, mantendo relação de franco debate intelectual com divergentes e sem confundir nossos princípios e visões com qualquer grupo ou pensamento diverso. Exatamente por este tipo de prática mantivemos e mantemos relações com todo o espectro político, inclusive com cargos diretivos, em organizações que têm linhas de pensamento majoritariamente contrários aos nossos. Nosso método assegurou influência direta ou indireta em justas políticas e decisões aplicadas por praticamente todos os governos. Reforçamos disposição em debate e análise dos problemas e dos projetos nacionais, tendo como objetivo central o interesse do Brasil e de suas tradições.
Lucas Carvalho
Secretário Geral da Frente Integralista Brasileira