Caríssimos companheiros de todo o Brasil:
É com grande alegria que venho manifestar, a todos quanto possa interessar, e em especial aos camisas-verdes, antigos e novos partícipes da Frente Integralista Brasileira, algumas orientações especialíssimas, com que devemos nortear, no todo ou em parte, nosso esforço pelo bem do Brasil, no ano de 2024.
Que todos vocês encontrem enlevo nestas palavras, e depositem nelas seus esforços, com a convicção que jamais nos faltou.
Que estas palavras sirvam para bem fixar seus pés na terra, e mirar longe no horizonte, pondo mãos-à-obra, na edificação do Brasil de nossos sonhos.
É meu sincero desejo que, ao término do ano de 2024, possamos nos apresentar fecundos e realizados no carisma próprio que nos anima, isto é, o de engrandecer o bem-comum, e assim nos apresentarmos, ao final de 2024, diante de Deus, da Pátria e da Família, como homens realizados, tais como os operários diante da obra conclusa, os agricultores diante da boa colheita.
Peço que estas diretrizes sejam lidas e discutidas em nossos núcleos, e feitas circular entre todos.
1. Que todos os companheiros, do primeiro dia do ano até o último, não se eximam, sob qualquer pretexto, de auxiliar aos que necessitam imediatamente de ajuda.
E não esperemos que o necessitado nos bata à porta; devemos ir ao encontro deles, escolhendo, já na primeira semana do ano, atividades a serem realizadas individualmente, que sejam da ordem da solidariedade e da misericórdia.
Que nenhum camisa-verde deixe de exercer alguma atividade fora de seu circuito de interesses imediatos. É preciso romper nossas zonas de conforto (ou mesmo da reacomodação), para perceber o quanto faz falta a ação virtuosa no mundo.
Que esta orientação se traduza em ações: dar esmola, visitar asilos, conhecer os problemas de nossos vizinhos, e com todos nos solidarizarmos, sem jamais pensar: “tenho minhas próprias misérias por resolver”.
Converse com os deprimidos; ajude os humildes a se inscreverem em programas sociais, técnicos, motivando todos para a virtude, não tanto com palavras, como por ações.
Isto não deve ser um “hobby de fim de semana”, mas um dever planejado, decidido, pelo qual se assume responsabilidades, por vezes acima do que podemos nos supor capazes.
2. Servir para amar, amar para lutar.
Que este ano seja dedicado aos “serviços ignorados”, aqueles serviços que o espírito burguês desdenha como “sem importância”, tentando nos perder em divagações demoníacas: querem milhões para a educação, e são incapazes de dar um caderno a um aluno, dar uma cesta básica a uma família que precisa do trabalho dos filhos, ou de doar, algumas vezes por mês, seu talento pedagógico, para auxiliar, nas matérias escolares e nas virtudes humanas, aqueles que carecem delas.
Que nesses trabalhos não se queira mais tornar em integralista o ajudado do que compreender suas dores e sofrimentos, e que o ajudemos sem expor a absolutamente ninguém o que fizemos.
Que todo camisa-verde, durante o transcorrer de 2024, considere perdido o dia em que não fez um bem, e não se dê por satisfeito enquanto não encontrar e solucionar toda espécie de dificuldade para fazê-lo.
Só aquele que assume responsabilidades verdadeiras, inclusive e muitas vezes responsabilidades materiais pelo próximo, descobre o que significa amar, e só quem ama descobre o valor do autossacrifício e da luta, abandonando a infantilidade de achar que só lutam os “motivados”: em verdade, só lutam os capazes de amar e pouco ou nada isso tem a ver com “motivação”.
3. Que ninguém se engane em criar sempre coisa nova, mas, participem todos do bem que já existe.
Que nenhum de vocês seja consumido pelo ardil demoníaco, que tão logo percebe estarmos dispostos a fazer algum bem, sussurra à vaidade: “isto é coisa pequena, se queres fazer o bem, abra algo grande, peça isso ou aquilo, sem o que, não vale a pena teu esforço”. Ao menos por um ano, ninguém deve propor criar coisa alguma, exceto buscar quem já faz o bem e oferecer sua ajuda. Entretanto, em tudo em que oferecer sua ajuda, identifique na atividade o caráter da caridade, e não da filantropia materialista. Aquela é dádiva de Deus, enquanto esta é o sucedâneo oportunista, que sempre tem outras finalidades escusas em ajudar.
Que ninguém precise procurar o comunista como fonte de ajuda, por indisposição de você. Movido por intenções sempre nefastas, o comunista engana o humilde. Devemos expulsar o falso bem de todos os espaços, e, inequivocamente oferecer coisa melhor e digna no lugar.
4. Em 2024, não mais aceite, de sua parte ou de outro, lamúrios sobre o atual desgoverno: “os índices apontam o pior? Sim, e daí?”.
Quem tem a ousadia de chamar de “bom jardineiro” o sujeito que fica reclamando que “não chove”, enquanto seca o jardim?
Que você seja “sal da terra e luz do mundo”, policiando seus excessos de ira e mesmo de tristeza, combatendo a desertificação da vida moral do país, buscando, se preciso for, copo por copo de água, para preservar nem que seja o mínimo canteiro vivo.
Antes que se esgote a água, é preciso verdadeiramente confranger a alma diante de Deus, nos comovendo pelo nosso povo, de modo que, se água faltar para regar a terra arrasada, é com nosso sangue, suor e lágrimas que devemos supri-la em cada centímetro, em cada rincão; devemos oferecer nosso trabalho, nossas lágrimas, nossas intenções e orações, nossos pensamentos, por fim, nosso sangue, como alimento de nossa Pátria; e todo alimento, para nutrir, deve ser consumido. Poupe saliva, para dar ao nosso povo, nesse momento, mais do nosso suor.
5. Façamos, todas as noites, ao longo de todo o ano, exercícios para a Revolução Interior.
Não nos perguntaremos, em nenhum exame de consciência, sobre “como está o Brasil?”. Perguntaremos a nós mesmos: “Que me falta dar ao Brasil, agora?”
Peça a Deus paz em nosso tempo, porque já não há quem nos defenda. E, em seguida, peçamos a Deus com humildade: “Senhor, se possível, afaste de mim esse cálice, mas seja feita a Sua vontade”. E, não esperemos mais a partir de cada término de oração, que qualquer um venha em nosso socorro: a Graça de Deus nos bastará, e nós devemos ir em socorro dos outros.
6. Ame o bem, odeie o mal.
Não mais procuraremos pretextos de qualquer ordem, para tolerar aquela ação má, feita pelo malvado. Em todo lugar onde estivermos, é preciso brandir a palavra da verdade como arma; que ninguém coopere em planos maus. Que ninguém ajude o malvado, o perverso. Que ninguém sofra de falsos respeitos humanos.
7. Que nenhum trabalho seja feito com vista a outro fim que não sua finalidade imediata.
Que ao ingressar em algum tipo de trabalho voluntário, seja nele dedicado o companheiro, buscando aperfeiçoá-lo, sem querer aparecer mais que os outros, sem querer a todos doutrinar antes mesmo de fazer o que se comprometeu.
8. Que, em setembro e outubro, nos dediquemos prioritariamente a estudos da doutrina.
Que em setembro e outubro se faça uma pausa em tudo, para dedicação quase exclusiva à doutrina. Que, nesses meses, se moderem as então atividades desenvolvidas junto de pessoas e organizações diversas, para estudar o Brasil, e isso deve culminar, no sete de setembro, e no sete de outubro, em comemorações.
Que todo camisa-verde se comprometa a fazer alguma comemoração, alguma confraternização, reunindo amigos e familiares, num ambiente saudável, para saudar nossa Independência. E o mesmo para o aniversário do Manifesto de Outubro, no mês correspondente.
Que essa comemoração seja mesmo um momento de descontração, de amizade, para dar pasto aos genuínos afetos recíprocos, que merecem todos os homens quando possuem do que se orgulhar no que comemoram. Que, nessas datas, sejam confeccionados enfeites humildes e simples, faça-se comida especial, e cuidem uns dos outros, para evitar exageros, principalmente, no que concerne ao consumo de álcool.
Nesses meses, se os camisas-verdes tiverem seguido estas orientações gerais, os núcleos devem se dedicar a convidar amigos, parentes, pessoas novas que se tornaram conhecidas e simpáticas ao longo do ano, para atividades de grupos de leitura, debates sobre pontos específicos, voltados ao Brasil e ao Integralismo.
Nestes meses, grandes reuniões podem ser promovidas, mas não por qualquer fetiche de grandeza; se não houver condições, a reunião humilde é que tem valor. Que todo o movimento, em setembro e outubro, promova meses da pátria e do sigma: convergir esforços para produção nestes campos, lançando livros, vídeos e tudo quanto coopere para os debates e discussões nos núcleos, em caráter comemorativo.
Se, porém, termos sido falhos, durante o ano, no sacrifício pelos outros, nada há que se comemorar, e a alegria expressada em qualquer festejo, não passará de relaxação e sinal de decadência.
9. Neste ano eleitoral, trabalhar sempre pelos candidatos alinhados com nossos valores.
Como é de conhecimento geral, nós integralistas não podemos deixar de agir, com especial intensidade, no que concerne aos meandros da política, na medida em que nos for permitido fazê-lo.
Sob nenhuma hipótese, em quaisquer circunstâncias, pode o integralista flertar, nem que no menor resquício, com quem esteve mancomunado em partidos de esquerda, apoiando causas contrárias à dignidade humana, como a do aborto; e para tanto, e sob a premissa do “mal menor”, a nenhum integralista seja lícito deixar de votar, ou fazer algum tipo de atividade, em benefício daqueles que defendem nossos valores e contra os velhos e já conhecidos inimigos do Brasil.
Os integralistas que detestam o caos do sistema político atual sejam os primeiros a vencer essa natural repulsa, lutando contra sua tendência, e assumindo o gosto pelo trabalho político: sem preocupação genuína com a vida política brasileira, nenhum outro trabalho está isento de perigo.
10. Que todos os integralistas trabalhem pela dignidade das Forças Armadas, frente aos crescentes ataques à sua dignidade.
Que nenhum integralista faça coro ao deboche contra as Forças Armadas, e que todos trabalhem, sempre que puderem, em reestabelecer entre o povo a confiança nas Forças Armadas, hoje desgastada pelo chamado bolsonarismo, que neste campo, faz coro com a esquerda revanchista de 64.
Para tal, que todo camisa-verde prestigie desfiles, eventos e afins, em que desfilarem as organizações militares.
Conclusão
As pouquíssimas orientações que aqui faço, se cumpridas, darão ao Movimento condições para cada vez maiores realizações. Nenhum esforço, nenhum bem, nenhum sofrimento, deixa de receber de Deus, na hora apropriada, algum benefício, porquanto ninguém deve operar pensando neles.
Um feliz e próspero Ano Novo, repleto das alegrias cristãs, que são as únicas que realmente importam.
A todos vocês, meus muito amados companheiros de todo o Brasil, os saúdo com um possante Anauê! pelo bem do Brasil.
Moisés Lima
Presidente Nacional da Frente Integralista Brasileira
São diretrizes de convívio do cidadão com a nação e de convívio com ele mesmo. Quanto ao “desgoverno” qualquer um percebe que as pessoas gostam de ser enganadas e as que não são, se tornam omissas em face ao próprio conforto. O Brasil acredita em falsos líderes, e vai infelizmente pagar por isso. Destrói a dignidade do trabalhador e da família, em proveito de ideias falsas, corrompe a justiça, e a coloca para punir inocentes e inocentar culpados . Isso tem um preço, alto demais .