
Segue o texto de Victor Emanuel Vilela Barbuy, Presidente Nacional da Frente Integralista Brasileira, lido por este ao final da Marcha em Honra de Nossa Senhora Aparecida que ocorreu hoje na Avenida Paulista, em São Paulo.
12 de Outubro
No último 7 de Outubro, Dia de Nossa Senhora do Rosário, celebramos mais um aniversário da vitória cristã na Batalha de Lepanto, que salvou a Europa e a Cristandade e pôs termo à expansão do Império Otomano no Mediterrâneo, assim como mais um aniversário do Manifesto de Outubro, de Plínio Salgado, documento fundamental do Integralismo, cuja mensagem essencialmente cristã e brasileira rapidamente se espalhou por todo o território nacional, constituindo a base doutrinária do maior movimento social e cultural renovador de toda a História Pátria.
Hoje, 12 de Outubro, nós, soldados de Deus, da Pátria e da Família, celebramos, dentre outras coisas, o Dia de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil, e mais um aniversário da inauguração do Monumento ao Cristo Redentor no alto do Corcovado e da solene consagração do Brasil a Cristo Rei e Redentor.
Há exatos trezentos e dois anos, aos doze dias do mês de outubro do ano da Graça de 1717, nas águas do rio Paraíba do Sul, no atual Município de Aparecida, tradicional e popularmente conhecido como “Aparecida do Norte” e nesse tempo pertencente à Vila de Santo Antônio de Guaratinguetá, na então Capitania de São Paulo e Minas do Ouro, humildes pescadores encontraram uma enegrecida imagem de Nossa Senhora da Conceição, padroeira de Portugal, heroica e cruzada Nação de que nasceu a nossa igualmente heroica e cruzada Nação. Hoje, passados três séculos da retirada da imagem da Santa Virgem do fundo das águas do Paraíba, evocamos, com o máximo respeito, a figura de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Rainha e Padroeira deste grande Império do ontem e do amanhã, ao lado do injustamente olvidado São Pedro de Alcântara, e rogamos que, de sua morada celeste, proteja e ilumine a nossa amada Terra de Santa Cruz, fazendo-a novamente grande e respeitada no concerto das grandes nações e livrando-a de mazelas como o aborto, crime que viola a Lei Divina e a Lei Natural e pecado que brada aos Céus e clama a Deus por justiça.
Ao tratar da mensagem de Nossa Senhora Aparecida, observou o há pouco citado escritor e pensador patrício Plínio Salgado que é esta uma mensagem essencialmente “antirracista, uma proclamação do universalismo católico, que abrange todos os tipos humanos, sem predominância de um sobre os outros” e que só não pode ser aceito por aqueles que, equivocadamente, pretendem “fundar a justiça na base de particularismos étnicos”.[1] “Mãe de todas as gentes em todas as latitudes e em todas as expressões dos caldeamentos”, assim como “símbolo da Universalidade Católica, da Comunhão dos Santos, luz a um tempo de cambiantes boreais e fulgurações tropicais”,[2] Nossa Senhora parece, ainda segundo Plínio Salgado, querer dizer à nossa Terra de Santa Cruz, que tem recebido correntes imigratórias de todo o Mundo:
esta é a Pátria formada sob as luzes do Evangelho, que o português interpretou e realizou na obra civilizadora e os brasileiros continuam, confraternizando todos os povos do planeta.[3]
Como igualmente salientou o tão nobre quanto injustiçado bandeirante da Fé e do Império que foi e é Plínio Salgado, tudo o que Nossa Senhora tem realizado, ao longo dos séculos, “para conservar o Brasil fiel aos costumes cristãos”, particularmente naquilo que se refere à Família, cellula mater da Sociedade, e tudo aquilo que ela tem presidido de nobre e grandioso na construção da Nacionalidade, “tudo isso é graça, é aviso, é mensagem trazendo a luz do Céu”.[4]
Consoante dissemos há pouco, hoje também recordamos mais um aniversário da inauguração do Cristo Redentor do Corcovado e da solene consagração do Brasil a Cristo Rei e Redentor, realizada pelo Cardeal Dom Sebastião Leme da Silveira Cintra, Arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro, por ocasião da inauguração daquele Monumento, que, como escreveu Tasso da Silveira, no seu magnífico Cântico ao Cristo do Corcovado, estende os braços sobre o Rio de Janeiro e todo o Brasil “numa bênção infinita”.[5]
Como sustentou, no aludido poema, o poeta dos Cantos do campo de batalha e do Canto absoluto (Tasso da Silveira), nós, brasileiros, não nos importamos em ser “o Povo-sem-Nome sobre a terra”, desde que também sejamos o “jardim fechado” de Nosso Senhor Jesus Cristo, de onde Este “colha as almas luminosas/ como rosas frescas e matinais…”, e desde que sejamos, ainda, o “esplêndido trigal” do Divino Mestre, de que Este tire a “farinha alvíssima” para Seu “pão de pureza” e para Seu “pão de glória”, porque “o destino que sobre todos os destinos desejamos” é aquele de, “para todo o sempre”, servir e adorar a Cristo Rei e Redentor.[6]
Se não nos importamos em ser “o Povo-sem-Nome sobre a terra”, desde que também sejamos o “jardim fechado” de Cristo Rei e Redentor e, é claro, de Sua Santíssima Mãe, é fato que o que realmente queremos é ser um Povo com um grande Nome sobre a Terra, tendo, aliás, consciência de que só seremos verdadeiramente grandes quando implantarmos plenamente o reinado social de Nosso Senhor Jesus Cristo em nosso Brasil.
Viva Cristo Rei! Viva Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil! Viva a Terra de Santa Cruz!
Victor Emanuel Vilela Barbuy,
Presidente Nacional da Frente Integralista Brasileira,
São Paulo, 12 de outubro de 2019.
Notas:
[1] Mensagens ao Mundo Lusíada”, in “O Rei dos reis, 5ª edição, in Obras completas, volume 6, 2ª edição, São Paulo, Editora das Américas, 1957, p. 371.
[2] Idem, p. 372.
[3] Idem, p. 371.
[4] Idem, p. 373.
[5] Cântico ao Cristo do Corcovado (1931), 6ª edição, in Cantos do campo de batalha, 4ª edição, Texto introdutório de Amândio César, São Paulo, Edições GRD, 1997, p. 40.
[6] Idem, p. 48.
*Publicado em 12 de outubro de 2019 e revisto pela última vez em 12 de outubro de 2020.
