Celebra-se no próximo 18 de julho o 70º aniversário do alçamento, do levantamento nacional contra o bolchevismo na Espanha e – a fim de que não passe em brancas nuvens data tão significativa para todos os que combatem pela Fé, pela Tradição e pela Liberdade – resolvi escrever este pequeno e singelo texto.

É de causar azia a leitura dos livros de ESTÓRIA escritos neste País, dessas cartilhas do mais rasteiro e abjeto marxismo travestidas de “manuais de História” e repletas de crassos erros factuais, de graves omissões e de absurdas calúnias contra os mais expressivos vultos da História Pátria e Universal. Esses livrinhos desprezíveis pintam a Guerra Civil Espanhola como a luta do povo espanhol contra os “fascistas de Franco” e falam muito das atrocidades cometidas pelos “fascistas”, do bombardeio de Guernica pela Legião Condor e do assassinato de García Lorca, olvidando que os vermelhos cometeram muito mais atrocidades do que os nacionalistas, fuzilando várias dezenas de milhares de civis inocentes e incendiando inúmeras igrejas, e jamais mencionando o massacre de religiosos (foram mortos pelos comitês de milícias que atuavam com poderes paralelos ao governo de Madri cerca de sete mil deles, entre membros do clero secular, sacerdotes, freiras e até treze bispos) e o assassínio de Calvo de Sotelo, de Ramiro de Maeztu, de José Antonio Primo de Rivera, de Víctor Pradera e de tantos outros grandes líderes políticos e pensadores tradicionalistas espanhóis pelos vermelhos, enchendo a Espanha Sagrada de vergonha e estupor.

Como bem observa o Mestre José Pedro Galvão de Sousa – a quem devo em grande medida minha consciência hispânica e cristã e minha aversão ao comunismo ateu, sanguinário e escravizador e ao liberalismo agnóstico e gerador de profundas desigualdades sociais e de antagonismos de classes – em seu artigo “A Lição da Espanha”, publicado em “A Gazeta” a 18 de julho de 1961, no 25° aniversário do levantamento do povo espanhol contra o bolchevismo, “A guerra civil espanhola tem sido objeto dos mais tendenciosos comentários e das mais falsas interpretações. Sua história ainda está por se escrever, mas o fato é que, muito mais do que a experiência de comunistas e fascistas para a guerra a se desencadear mais tarde, ela representou uma reação das forças tradicionais daquela nação contra o comunismo imperante no governo republicano.”

A Guerra Civil Espanhola constitui, antes de tudo, a luta dos exércitos brancos da Fé, da Pátria, da Cultura e da Liberdade contra as hordas vermelhas da escravidão e do totalitarismo bolchevista. É a Cruzada de todo um povo contra o materialismo grosseiro, contra uma civilização que soube progredir tecnicamente mas não moralmente e que aumentou a riqueza mas não a distribuiu de maneira justa e eqüitativa, gerando o ódio, a miséria e a luta de classes.

Por Cristo Rei e pela Espanha Sagrada se batiam os nacionalistas, ao passo que os vermelhos combatiam por Marx e pela imperialista Rússia Soviética do tirano Stálin (cuja imagem foi colocada em diversos lugares públicos da zona dominada pelos vermelhos, como na Porta de Alcalá, em Madri).

Os nacionalistas, como afirmou o General Francisco Franco, no discurso que proferiu do terraço do palácio do governo, em Burgos, no dia em que assumiu o comando das forças revolucionárias do “Movimiento Salvador”, diante da enorme multidão que se apinhava na praça, não defendiam o capitalismo, mas sim combatiam pelo povo da Espanha e para os trabalhadores, os quais teriam todos os direitos, embora não pudessem olvidar-se de seus deveres.

Não há nada mais falso do que se afirmar que os nacionalistas lutavam contra a democracia, uma vez que, ao contrário, defendiam eles uma democracia efetiva, uma democracia integral, uma verdadeira democracia em que todos os cidadãos participassem do governo por meio de sua atividade profissional e de sua função específica.

Como disse o Generalíssimo Francisco Franco em seu famoso Discurso de Unificação das forças que colaboraram no alçamento e passaram a constituir a Falange Española Tradicionalista y de las JONS (Juntas Ofensivas Nacional-Sindicalistas), proferido a 19 de abril de 1937, “Se invoca en las propagandas rojas la democracia, la libertad del pueblo, la fraternidad humana, tachando a la España Nacional de enemiga de tales principios. A esta democracia verbalista y formal del Estado liberal, en todas partes fracasada, con sus ficciones de partidos, leyes electorales y votaciones, plenos de fórmulas y convencionalismos, que, confundiendo los medios con el fin, olvida la verdadera substancia democrática, nosotros, abandonando aquella preocupación doctrinaria, oponemos una democracia efectiva, llevando al pueblo lo que le interesa de verdad: verse y sentirse gobernado, en una aspiración de justicia integral, tanto en orden a los factores morales cuanto a los económico-sociales; libertad moral al servicio de un credo patriótico y de un ideal eterno, y libertad económica, sin la cual la libertad política resulta una burla.”

Conforme disse anteriormente, a Cruzada que teve início a 18 de julho de 1936, quando se sublevaram, sob o comando do General Francisco Franco, as tropas do Marrocos espanhol, é, sobretudo, uma Cruzada contra o bolchevismo. Com efeito, declarou Franco ao “Leipziger Illustrierte Zeitung”, em julho de 1937, que os nacionalistas lutavam “por librar a nuestro pueblo de las influencias del marxismo y del comunismo internacionales, que se introdujeron en nuestro país para hacer de España una sucursal del bolchevismo moscovita. Queremos salvar por esta lucha los valores morales, espirituales, religiosos y artísticos creados por el pueblo español a lo largo de una gloriosa historia, y que constituyen la base nuestra existencia nacional e individual.”

A Guerra de Libertação da Espanha, consoante declara o Generalíssimo Francisco Franco, a 27 de agosto de 1938, à Agência “Havas”, “La guerra de España no es una cosa artificial: es la coronación de un proceso histórico, es la lucha de la Patria con la antipatria, de la unidad con la secesión, de la moral con el crimen, del espíritu contra el materialismo, y no tiene otra solución que el triunfo de los principios puros y eternos sobre los bastardos y antiespañoles.”

A 02 de novembro do mesmo ano, declara o Caudilho ao “La Nación”, de Buenos Aires, que a luta dos nacionais é em defesa da existência e da independência da Espanha, que, como sabemos, estavam seriamente ameaçadas pelo imperialismo russo-soviético: “Estamos defendiendo la existencia e independencia de España frente al comunismo tiránico que intentó rusificar nuestra alma. Queremos salvar la continuidad sagrada de nuestra historia frente a los que quieren hacer tabla rasa de los eternos principios que informan la vida española. Queremos asegurar a España, por medio de su Revolución nacional, un porvenir lleno de justicia y prosperidad. Queremos, en definitiva, asumiendo una vez más nuestro papel de adelantados de la civilización, salvar al mundo entero de la ruina fatal y segura a que conducirá el triunfo del comunismo.”

O “Alzamiento Nacional” da Espanha teve, desde seus momentos iniciais, um caráter eminentemente popular, pois foi o povo quem, justamente com as milícias, secundou o Exército, que cumpria a vontade da nação, consciente de seu destino histórico, e os sagrados deveres que, como a salvaguarda da Pátria, de sua Cultura e de suas instituições cristãs, estavam previstos em sua lei constitutiva.

O inevitável triunfo integral dos nacionais, consumado a 1° de abril de 1939, o Dia Vitória, não é apenas o triunfo da Espanha e de seu povo contra o comunismo, mas sim de todo o Ocidente, pois a vitória dos vermelhos na Espanha seria vital para a expansão das chamadas “frentes populares” em toda a Europa Ocidental. Foi, portanto, a Espanha, a mesma Espanha Sagrada que derrotara a frota turco-otomana em Lepanto, salvando a Europa e o Cristianismo do avanço da meia-lua, quem salvou a mesma Europa e o mesmo Cristianismo do avanço da foice e do martelo, se alçando contra um governo anticonstitucional, fraudulento e tirânico e pondo cobro à revolução bolchevista em marcha.

O triunfo do Movimento de 18 de julho, após três longos anos de guerra civil, foi o primeiro e por algumas décadas o único triunfo em campo de batalha de uma nação do Ocidente contra o comunismo e acabou com o mito da inexorabilidade da revolução marxista, desmentindo, ademais, a profecia de Leon Trótski, para quem a Espanha seria, depois da Rússia Soviética, o primeiro país a instaurar um regime comunista, uma “ditadura do proletariado”.

Termino o presente texto com uma pequena homenagem, em nome do Brasil e de seu povo, a todos os espanhóis e estrangeiros que tombaram na Cruzada, alguns em defesa da Fé e da Liberdade, outros, na maioria inocentemente, a serviço da revolução bolchevista e do famigerado Komintern.

¡Arriba España! ¡Viva Cristo Rey!

Victor Emanuel Vilela Barbuy

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