A Doutrina integralista teve seu início em 7 de outubro de 1932, com o chamado Manifesto de Outubro, documento que lançou as diretrizes basilares do Movimento Integralista Brasileiro, conhecido pelo nome oficial de Ação Integralista Brasileira.

No livro “O que é o Integralismo”, de Plínio Salgado, (eterno) Chefe dos integralistas e mentor da Doutrina do Sigma, expõe, o nobre escritor e político, no prefácio da edição de 1933, a quem se dirige a Doutrina, dizendo: “brasileiro modesto, que trabalhas e sofres, este livro te pertence.” e continua, ainda no prefácio: “este livro te pertence, homem das cidades ou dos sertões brasileiros, – meu irmão!”, ainda nessa linha de pensamento, já na primeira página do livro, diz Salgado: “a presente exposição da doutrina integralista eu a faço para as massas populares, (…) escrevo para o meu povo”; e, ainda na mesma página, continua: “pertence ao operário das cidades e aos trabalhadores do campo, ao soldado e ao marinheiro¹, ao estudante que ainda não atingiu os cursos superiores, aos pequenos proprietários, aos pequenos comerciantes, aos animadores das modestas iniciativas agrárias ou industriais.”.

Ou, ainda, como definiu o Manifesto de Outubro (sobre a quem se destina a Doutrina – e o Movimento – Integralista): “À Nação Brasileira – Ao operariado do país e aos sindicatos de classe – Aos homens de cultura e pensamento – À mocidade das escolas e das trincheiras – Às classes armadas!”.

Além disso, expôs, Salgado, em “A Quarta Humanidade” (obra originalmente escrita em 1934), sobre o Movimento Integralista²:

O Movimento Integralista brasileiro é um movimento de cultura que abrange:

1º) Uma revisão geral das filosofias dominantes até o começo deste século e, conseqüentemente, das ciências sociais, econômicas e políticas;

2º) A criação de um pensamento novo, baseado na síntese dos conhecimentos que nos legou, paralelamente, o século passado.

O integralismo, pois, no Brasil, é bem diverso do integralismo francês de Charles Maurras, porque esse não passa de um “nacionalismo integral”, com a preocupação de restaurar as tradições; diverso é, também, do integralismo lusitano, que transplantou o sentido tradicionalista da corrente gaulesa, com a tendência de reatar o processo social moderno ao espírito medievalista; e diferente é, por outro lado, não só do “racismo” alemão, cuja tese de superioridade étnica exprime um prejuízo de cultura, como, ainda, do “fascismo” italiano, ao qual somente nos assemelhamos no concernente à nova atitude do Estado, em face da luta social.

Trata-se, portanto, de um movimento original, genuinamente brasileiro, com uma própria filosofia, um nítido pensamento destacado na confusão do mundo contemporâneo.

O Integralismo tem como objetivo a integração do povo brasileiro, a valorização da identidade nacional, da língua (portuguesa), do país como um todo unido e indissolúvel, o repúdio aos regionalismos dissolventes da Nação, a valorização das nossas origens e a difusão do espiritualismo.

Além disso, a criação de um Estado Forte e soberano, a fim de trazer o progresso consciente ao Brasil, bem como um Estado corporativista e democrático.

Segundo Plínio Salgado: “O Estado Integral é tudo quanto ouvistes da leitura do Manifesto de Outubro e do Manifesto-Programa”. Entretanto, a Doutrina não se limita, apenas, à estes documentos, abrangendo toda uma literatura (desde romances até livros de perguntas e respostas) e demais documentos.

Fonte: IntegralismonoSul.net

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Notas:

1. Na época em que o livro foi escrito (1933) não existia a Força Aérea Brasileira (FAB). Após amplo debate e campanhas na imprensa, Getúlio Vargas, em 20 de janeiro de 1941, assinou o Decreto Nº 2961, criando o Ministério da Aeronáutica e estabelecendo a fusão das forças aéreas do Exército e da Marinha numa só corporação, denominada Forças Aéreas Nacionais. Pouco depois, em maio de 1941, um novo decreto mudou o nome da recém-nascida força aérea para Força Aérea Brasileira (FAB), nome que permanece até os dias de hoje.

2. SALGADO, Plínio. A Quarta Humanidade. In: Obras Completas, vol. 5. São Paulo: Editora das Américas. 1955. Página 83.