Afirmava o meu saudoso mestre José Carlos de Ataliba Nogueira que o século XIX foi “estúpido, romântico e contraditório”. Andava com acerto o autor de Antônio Conselheiro e Canudos, entre outros motivos porque o pensamento daquela centúria foi marcado pelo reducionismo. Marx reduziu a problemática do Homem à Economia, Spencer tudo reduziu à “Evolução”, Chamberlain tudo circunscrevia às raças humanas, e assim por diante…

Este reducionismo do século XIX desembocou no “Cientificismo”, vale dizer, numa confiança a tal ponto cega na ciência, que equivalia à anti-ciência… e é também um fruto daquele século, ligado ao cientificismo, o mito do progresso indefinido, incessante, profligado com êxito no Brasil por um outro meu saudoso mestre, Adolpho Crippa.

Tudo isto vem a propósito de os esquerdistas se intitularem “progressistas”, acoimando de “reacionários” e de “fascistas” todos os que discordam dos ensinamentos do profeta barbudo da sala de leitura do Museu Britânico.

A assertiva dos esquerdistas, no sentido de que são eles “progressistas”, merece, antes de mais nada, algumas considerações filológicas. “Progressista” é aquele que se destaca pelo apego ao “progresso”. Sendo o Português uma das línguas neolatinas ou novi-latinas, é no idioma de Cícero que devemos pesquisar o significado de algumas palavras. Justifica-se esta breve digressão semântica, porquanto “os nomes derivam das coisas”, consoante a lição eterna de Aristóteles de Estagira…

Pois bem, de acordo com o “Dicionário Latino-Português” de Francisco Torrinha, progressus, étimo masculino da quarta declinação tem, entre outros significados, “ação de avançar”, “ação de caminhar”, “marcha”, “curso” e “desenvolvimento”. “Progressus, a, um”, por sua vez, é o particípio de progredior e tem inclusive a significação de “que fez progressos”. “Progressio, onis”, palavra feminina e imparissilábica da terceira declinação latina, quer dizer “progresso”, “aperfeiçoamento” e “desenvolvimento”. Por derradeiro, “progressor, oris”, nome masculino da terceira declinação, quer dizer “aquele que avança”.

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Comparemos essas breves noções com a realidade social e econômica dos povos que vivem sob o regime comunista. Comecemos pela extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Lá, o sistema socialista criou uma Economia a tal ponto necrosada que não coube a um dirigente lúcido — Mikhail Gorbatchov — outra alternativa senão a extinção de todo um sistema… na América Central, Cuba, outrora próspera, abriga hoje uma população que ostenta um baixíssimo nível de vida, havendo a falta de artigos banais, como sabonete. A mesma coisa pode ser dita da antes rica Venezuela, o país produtor do petróleo de melhor qualidade do Mundo. O “progresso” socialista lá chegou a tal ponto, que os venezuelanos, literalmente, perderam peso corporal, por falta de proteínas na sua alimentação… por falar em peso corporal, creio que o único homem gordo da Coréia do Norte é o seu sinistro ditador, claro que também socialista…

Por derradeiro, no Brasil, os comunistas do MST já destruíram os resultados de pesquisas científicas voltadas para a Agricultura. E Marina Silva, em nome de um mentiroso apego ao meio ambiente, combate a altíssima tecnologia do agronegócio nacional!

Tudo bem considerado, os comunistas e os seus seguidores não merecem o nome de “progressistas”, sendo na verdade os arautos do atraso, da miséria e da mais odiosa das opressões, aquela que quer mandar — inclusive — na consciência dos cidadãos!… donde se justificar o título destes modestos comentários: — “Progressistas”, por quê?!

Acacio Vaz de Lima Filho
Livre-Docente em Direito Civil, área de História do Direito pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, é acadêmico perpétuo da Academia Paulista de Letras Jurídicas e sócio titular do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Antigo Secretário de Doutrina e Estudos do Grêmio Cultural Jackson de Figueiredo, de São Paulo, é também membro da Frente Integralista Brasileira.

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