Há quarenta e sete anos, às vinte e três horas e quarenta e cinco minutos do dia 7 de dezembro de 1975, nas Vésperas da Solenidade de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, de quem era muito devoto, faleceu, em São Paulo, o grande escritor, pensador e líder e doutrinador político tradicionalista e sadiamente nacionalista brasileiro que foi e é Plínio Salgado.

Como salientei há alguns anos, no prefácio da obra Plínio Salgado, hoje, organizada por Ronan Matos e publicada em 2019, Plínio Salgado foi e é o maior escritor em prosa do chamado Modernismo Brasileiro da década de 1920 e do dealbar da década de 1930, assim como foi e é o autor da monumental Vida de Jesus, obra que é, inegavelmente, a “joia de uma literatura”, como bem escreveu o Padre Leonel Franca, assim havendo inscrito seu nome em letras de ouro na História Literária e Cultural do nosso Brasil.

Do mesmo modo, consoante igualmente fiz ressaltar no aludido prefácio, o autor de Psicologia da Revolução (Plínio Salgado) foi o criador e condutor do maior movimento cívico-político e cultural de que se tem notícia na nossa História, bem como um dos poucos políticos brasileiros do século XX que, nos dizeres de Alceu Amoroso Lima, efetivamente fizeram “Política com P grande”, tendo, destarte, inscrito também seu nome, igualmente em letras de ouro, na História Política desta Terra de Santa Cruz.

Havendo inscrito o nome em letras de ouro na História Literária, Cultural e Política deste grande Império do pretérito e do porvir, esse bandeirante do Brasil Profundo que foi, é e será Plínio Salgado inscreveu, em uma palavra, o seu nome, em letras de ouro, na História Pátria.

Tendo sido, como frisou Francisco Elías de Tejada, o primeiro a efetivamente compreender a Tradição do Brasil, sendo, pois, um autêntico descobridor bandeirante das essências da nossa Terra de Vera Cruz, e havendo, ademais, elaborado  uma “teoria da Tradição Brasileira com traços de granítico castelo, destinado a suscitar adesões para quem queira em tempos vindouros conhecer a substância do Brasil”, como sublinhou o jus-filósofo e doutrinador político tradicionalista espanhol, Plínio Salgado inscreveu, da mesma forma, o seu nome, em letras de ouro, na Tradição do nosso Brasil, conforme destaquei no há pouco mencionado prefácio.

Ao saudar Plínio Salgado, por ocasião de uma conferência que este realizou na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, aos 3 de agosto de 1953, o Prof. Heraldo Barbuy, assinalado filósofo, sociólogo e escritor paulista, examinando a obra de Plínio Salgado como escritor, pensador e homem de ação, fez ressaltar que a Doutrina Pliniana havia se tornado, então, mais do que nunca, necessária por firmar os verdadeiros conceitos do Homem, da Sociedade e do Estado, e concluiu seu discurso exaltando a tenacidade, a coerência e a capacidade de sacrifício de Plínio Salgado, que sustentava seu nobre e límpido pensamento em meio às injustiças e incompreensões.

Se em 1953 a Doutrina Pliniana se tornara mais necessária para o nosso País do que jamais fora até então, na hora presente é ela ainda muito mais necessária para o Brasil e para o Mundo, visto que ambos se encontram muito mais afastados dos genuínos conceitos do Homem, da Sociedade e do Estado do que se encontravam no alvorecer da década de 1950.

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Consoante escrevi no prefácio da inédita obra Os integralistas na IIª Guerra Mundial, de Carlos Ribeiro, muitas são as doutrinas políticas que tenho estudado ao longo dos anos e devo dizer que nenhuma delas é tão profunda e robusta quanto o Integralismo, assim como nenhuma delas está tão plenamente de acordo com os ensinamentos da Doutrina Social da Igreja quanto este. É, por isso, aliás, que faço minhas as seguintes palavras do Padre Júlio Maria de Lombaerde: “O Integralismo em sua doutrina, sua finalidade e em sua organização atual, é bom, e merece o apoio de todos aqueles que têm amor à sua Pátria e ao progresso.”

A despeito de tudo o que afirmamos, porém, Plínio Salgado lamentavelmente continua desconhecido pela maior parte dos brasileiros e, ademais, muitos ainda são aqueles que conhecem apenas o espantalho que dele fizeram os seus inimigos, supondo que o autor da Vida de Jesus e de Primeiro, Cristo! defendia ideias que, na verdade, sempre combateu e não fazendo a mínima ideia da grandeza de sua obra e de seus ideais. Isto, aliás, é também válido para a tão nobre quanto injustiçada Doutrina essencialmente cristã e brasileira e profundamente realista elaborada por Plínio Salgado, com a colaboração de homens de pensamento e de ação da estirpe de Gustavo Barroso, Miguel Reale, João Carlos Fairbanks, Tasso da Silveira, Félix Contreiras Rodrigues, San Tiago Dantas, Arthur Machado Paupério, Goffredo Telles Junior, Alberto Bittencourt Cotrim Neto e Alfredo Buzaid.

Como observei no posfácio da reedição da obra A aliança do sim e do não que deve ser lançada em breve pela Resistência Cultural Editora, Plínio Salgado tem sido para mim, desde o final da adolescência, um Mestre por excelência nos campos das Letras e do pensamento em geral e da Filosofia Política em particular e foi, sem dúvida alguma, o principal instrumento do meu integral retorno à Fé, desde o qual tenho procurado sustentar, como ele, duas altas e sólidas colunas: Cristo Rei e Redentor e o nosso Brasil. A propósito, agradeço a Deus diariamente pela graça de haver conhecido o fecundo e robusto pensamento de Plínio Salgado e de me deixar iluminar pela chama de seus excelsos ideais, bem sintetizados na tríade “Deus, Pátria e Família”, afastando-me para sempre das nefastas ideologias que tanto mal me fizeram nos primeiros anos da juventude, e desejo firmemente que cada vez mais pessoas tenham a mesma oportunidade que tive de conhecer esse nobre e magno cavaleiro de Cristo Rei e do Brasil Integral que foi, é e continuará sendo Plínio Salgado.

Por Cristo e pela Nação!

Victor Emanuel Vilela Barbuy
São Paulo Σ SP

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Gustavo Martins

Ótimo artigo. Anauê!

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