Para uns, o Integralismo defendia uma revolução armada, via golpe. Para outros, o Integralismo, ao menos, não se opunha à revolução violenta, exceto por estratégia. Qualquer que seja a opção, muitos afirmam que o Integralismo era conivente com a violência revolucionária. Isto é falso.
- “Declaramo-nos inimigos de todas […] sedições”. Manifesto de 7 de Outubro de 1932.
- “O nosso repúdio às revoluções pelas armas no modelo das de Outubro de 1930 é bastante educativo. Propomo-nos uma longa campanha de doutrinação, que deverá durar anos, e que visará essencialmente a formação de uma mentalidade coletiva informada pela nossa Doutrina. Não está pois em nosso métodos o elogio da violência, da força bruta, do cacete”. O Integralismo e os Católicos, O Legionário, 4 de novembro de 1933.
- “Cumpre notar que, para nós, revolução não é […] um movimento armado, nem uma subversão da ordem pública”. Madeira de Freitas, entrevista aos Diários Associados, 9 de novembro de 1933.
- “A fim de realizar o que pretende, o Integralismo não apela, como os extremistas, para a brusca subversão da ordem social e consequente inversão de todos os seus valores, para os atos de banditismo, vandalismo ou terrorismo, para bombas de dinamite e atentados pessoais, para sabotagens e greves que ainda mais precária tornam a situação do pobre operário; mas para o valor do próprio homem, sua dignidade de ser pensante, suas virtudes patrióticas, suas reservas morais, sua tradição religiosa e familiar, seu amor pelo Brasil, sua crença em Deus”. Gustavo Barroso, O que o Integralista deve saber, 1934.
- “O terror nunca venceu. […] Nossa vitória não virá em consequência de golpes técnicos nem como resultado de conspiratas contra os governos constituídos; virá, automaticamente, pela infiltração poderosa das ideias”. Plínio Salgado, Técnica de Sorel e Técnica de Cristo, A Offensiva, 8 de novembro de 1934.
- “Como quer o Integralismo implantar o seu regime? […] Por um golpe técnico, que surpreenda o país? Não e não. Por meio de uma vasta conspiração, que de um momento para outro produza um abalo? Não, não e não. Por meio de rebeliões esporádicas, de aventuras armadas, de revolução à maneira das que se têm processado no Brasil? Seria ridículo para a nossa mentalidade”. Plínio Salgado, Aos Militares do Brasil, A Offensiva, 3 de janeiro de 1935.
- “A Ação Integralista Brasileira objetiva a reforma do Estado […] de sorte que o Povo Brasileiro, livremente, dentro das normas da Constituição de Julho de 1934 e das leis em vigor, possa assegurar de maneira definitiva, […] principalmente, evitando rebeliões armadas: [a vigência dos princípios do Integralismo]”. Estatutos da Ação Integralista Brasileira.
- “Se pretende destruir a liberal-democracia baseada na mentira do sufrágio universal para substituí-la pela verdadeira democracia fundada na doutrina nacional-corporativista, [o Integralismo] o faz dentro da ordem jurídica atual e pelos processos adotados pelo regime que combatemos”. Vieira de Alencar, O Integralismo e a Lei de Segurança, A Razão, in Alvorada, 17 de maio de 1935.
- “O Integralismo não conspira, não preconiza métodos violentos para se apoderar da máquina do Estado”. Plínio Salgado, A história e as razões do juramento, A Offensiva, 29 de junho de 1935.
- “Como todos os integralistas sabem, o Integralismo, pretendendo vencer pela conquista das consciências (como até agora tem feito), é inimigo de qualquer golpe de força, que pretenda mudar a atual situação do país ou alterar o regime liberal-democrata”. Plínio Salgado, Mensagem aos Chefes Provinciais, 10 de agosto de 1935, A Offensiva, 24 de agosto de 1935.
- “O Integralismo faz propaganda de processos violentos? […] Basta ver na prática. Todos os nossos boletins, manifestos, artigos, livros e conferências, sistematicamente, jamais falaram em guerra ou violência. Já publicamos mais de 50 livros. Em nenhum deles existe conselhos à violência. Nossos jornais aí estão saindo. Embora sem o controle, a censura dos poderes centrais do Integralismo, nunca surpreendemos um desses semanários pregando métodos violentos e brutais. Temos dois anos de existência [em 1934]. Algum dia agredimos alguém?”. Plínio Salgado, A Doutrina do Sigma, 1935.
- “Para convencer o povo brasileiro do erro em que caiu, não precisam os integralistas lançar mão de meios violentos ou de ameaças”. Custódio de Viveiros, Camisas Verdes, 1935.
- “Não se poderia incluir o Integralismo, escola de cultura cívica em que o cidadão aprende a ser homem, a ser disciplinado e a amar a sua pátria, como doutrina extremista. O que caracteriza o extremismo é a prática de atos violentos, extremos, perturbadores da ordem, em que a força e a brutalidade substituem os argumentos da razão. A educação de um povo pela convicção, pelo aprimoramento das ideias nunca foi extremismo, mas patriotismo”. Custódio de Viveiros, Camisas Verdes, 1935.
- “Queremos [arrancar o Brasil] de onde está […] dentro da ordem, sem recorrer à anarquia ou à conjura, sem destruir a nação, mas reconstruindo a nação”. Gustavo Barroso, A Palavra e o Pensamento Integralista, 1935.
- “Revolução Integralista não é uma simples revolução armada, resumida em tiros e em valentias — é uma revolução de almas e de corações, com o fim de engrandecer a Pátria e garantir a Família”. José Venceslau Júnior, O Integralismo ao alcance de todos, 1935.
- “O Integralismo é, por princípio, adversário de subversões, motins ou quarteladas. […] A história demonstra a inutilidade dos movimentos armados: nada solucionam, semeiam apenas a morte, espalhando por toda parte a dor. A ação das metralhadoras é efêmera. Por tudo isto, somos contrários aos golpes armados. Se quisesse conspirar, o Integralismo teria elementos mais que suficientes para uma sublevação. Não o fará jamais. Realizaremos a verdadeira revolução amparados na própria lei”. Helvídio Martins (Chefe Municipal de São Luís do Maranhão), Só conhecemos um chefe, O Integralista (São Luís), novembro de 1935.
- “[Repelimos] sempre todos os convites para atuação violenta contra o Governo […]; [condenamos] toda e qualquer conspiração, toda e qualquer tentativa de subversão da ordem, não só em artigos e conferências, porém em reiteradas diretivas às autoridades integralistas do país”. Plínio Salgado, O Momento Nacional e a Ação do Sigma em Apoio da Ordem, O Jornal, 4 de dezembro de 1935.
- “Não conquistaremos o Poder pelo assalto. Conquistaremos os brasileiros pelo coração e pela razão, e depois, o Poder, pelo voto”. Paulo Fleming, Combate ao comunismo, A Offensiva, 7 de dezembro de 1935.
- “Para eles, revolução é barulho, tiroteio, desordem, ataque de quartéis, sublevações de tropas e de estados para depor o governo e tomar conta do poder. Para nós, revolução é uma mudança de atitude do espírito em face dos problemas que se lhe apresentam, em qualquer ordem moral ou material. Isto é: ontem, eu entendia os fundamentos desse problemas dum modo, hoje, entendo-os de outro”. Gustavo Barroso, Espírito do Século XX, 1936.
- “Na sua projeção sobre o cenário político-social, a Revolução Integralista vencerá pacificamente, respeitando a ordem até o momento de substituí-la por uma ordem nova, por infiltração e saturação”. Gustavo Barroso, Espírito do Século XX, 1936.
- “O Integralismo Brasileiro objetiva, de uma maneira clara, insofismável, nítida, decisiva, imperiosa, o seguinte: de um modo imediato: sustentação do Poder Constituído, a todo o transe”. Plínio Salgado, Sucessão Presidencial, A Offensiva, 24 de abril de 1936.
- “Calibã são os golpes de Estado dos ambiciosos do Poder”. Plínio Salgado, Ariel e Calibã, A Offensiva, 26 de abril de 1936.
- “O Integralismo quer vencer no Brasil, devagar e com perseverança, dentro da ordem constitucional, zelando, portanto, em prol desta, e estando sempre alerta e preparado para agir em sua defesa, em qualquer terreno”. Plínio Salgado, Diretivas da Chefia Nacional, Monitor Integralista, nº 14, 15 de maio de 1936.
- “Se o Integralismo tivesse por plano revolucionário, a subversão, a violência e a conspirata, não converteria todo o produto da arrecadação de contribuições pecuniárias de seus associados, na obra de educação que aí está, pelo Brasil inteiro, para quem quiser ver, palpar, examinar. […] Se os integralistas quisessem enveredar pelo caminho da conjuração, é claro que não teriam posto à mostra, aos olhos de toda a gente, a calva partidária dos que ingressam em suas fileiras. […] O plano de imputar ao Sigma intentos subversivos não é de agora, mas vem de longa data. […] Não é da técnica dos golpes de força interessarem-se, em movimentos revolucionários, anciãos, mulheres e crianças”. Madeira de Freitas, Os inimigos do Sigma, A Offensiva, 13 de setembro de 1936.
- “A vossa linha de conduta deve ser a seguinte: proceder sempre sinceramente de acordo com as leis do país, respeitando as autoridades constituídas”. Plínio Salgado, Mensagem ao II Congresso Provincial da AIB no Rio Grande do Sul, Palavras a um Congresso Integralista, A Offensiva, 27 de setembro de 1936.
- “Só o fato de nós sermos espiritualistas evidencia […] que não adotamos a teoria da violência, pois seria a negação da nossa doutrina. A nossa doutrina, a respeito do emprego da força é clara e não admite dúvida. Em princípio, condenamos toda e qualquer sedição; todas as conspirações, todos os golpes de mão; respeitamos a autoridade constituída; esse respeito irá até ao dia em que a referida autoridade já não puder manter o próprio princípio da sua autoridade e já não tiver meios de fazer a Lei, a Constituição serem cumpridas”. Plínio Salgado, Estado Totalitário e Estado Integral, A Offensiva, 1º de novembro de 1936.
- “O extremismo, segundo está definido na Lei de Segurança Nacional, é o emprego de violência, ou a pregação de métodos violentos com o objetivo de tomar o Poder […]. O Integralismo não usou, nem usa, nem usará de métodos violentos […]. O Integralismo nem conspirou, nem conspira, nem conspirará”. Plínio Salgado, Não há extremismo da direita, A Offensiva, 7 de novembro de 1936.
- “A mazorca, a rebelião contra as autoridades ocasionais (sejam elas de que natureza forem e venham de que partidos vierem) não estão no programa integralista. Nós pretendemos um dia vencer, mas quando o nosso número for tão grande, que isso se dê automaticamente. O vosso chefe não é um ambicioso do Poder ou de cargos. Ele sabe esperar e confiar na transformação do Brasil”. Deveres do Integralista, A Razão, Fortaleza, 19 de maio de 1937.
- “O Integralismo quer vencer dentro da lei, dentro da ordem, pela persuasão”. Anauê! nº 15, maio de 1937.
- “Todo Integralista tem o dever de respeitar a Lei e as autoridades legais do País”. Protocolos e Rituais de 1937.
- “Surgimos com a Lei, pela Lei, para a Lei, respeitando a Lei, cultuando a Lei. […] Dentro da Lei, surgimos; com a Lei marchamos; por ela nos batemos, na pureza do seu espírito, contra as chicanas grosseiras da demagogia. Na Lei temos encontrado o nosso amparo; da Lei temos feito a nossa força. Da sua interpretação honesta temos deduzido a nossa norma de conduta. Leais para com a Lei, dela temos recebido a lealdade, pela voz dos Magistrados do Brasil. […] Ganhamos mais de meia centena de habeas corpus e mandados de segurança, nos juízos e tribunais do país; tivemos elogios do Chefe de Polícia da Capital Federal, do há tempos Chefe do Estado Maior do Exército e do próprio Presidente da República, que declarou estarmos agindo dentro das normas legais”. Plínio Salgado, Páginas de Combate, 1937.
- “Não é preciso que, neste país, os que querem viver dentro da lei, trabalhando pacificamente pelo engrandecimento da sua Pátria, lancem mão de métodos violentos. Os métodos violentos não se justificam, nos países onde existem magistrados, onde os Tribunais estimulam aos amigos da Ordem, a defenderem essa mesma Ordem, dentro das leis vigentes”. Plínio Salgado, Páginas de Combate, 1937.
- ”O Integralismo tem pregado outra coisa a não ser o respeito à Ordem, a marcha da Nação, no ritmo eleitoral, para a realização da democracia perfeita, isto é, a democracia corporativa? Algum dia fomos surpreendidos sequer a conspirar? Pelo contrário”. Plínio Salgado, Páginas de Combate, 1937.
- “Como pretendemos vencer? Pelos métodos constitucionais. Em que ambiente desejamos prosperar? No ambiente da Ordem. Em quanto tempo almejamos alcançar a vitória? Não nos interessa, porque o que mais nos importa é formar uma consciência nacional. […] Ninguém mais, no Brasil, precisa tanto da Ordem, como eu. Porque a tarefa que me propus só se torna possível dentro de uma atmosfera de tranquilidade nacional. […] Como poderia eu empreender tão formidável plano, no meio da desordem? Que me adiantaria a conquista do Poder pelo sortilégio de um golpe?”. Plínio Salgado, Páginas de Combate, 1937.
- ”O Integralismo, acaso, usa de métodos violentos, perturbadores da ordem? […] A doutrina do Integralismo exige que conquistemos os corações, os cérebros, os espíritos, por meios pacíficos”. Plínio Salgado, Páginas de Combate, 1937.
- ”Funcionamos há três anos; durante todo esse tempo, jamais um integralista respondeu por crime de homicídio, ferimentos graves, ferimentos leves, incêndio, tentativa de qualquer violência, coação sobre qualquer autoridade, agressão a membros de outros partidos, distribuição de impressos subversivos, crime de imprensa, falcatruas eleitorais. […] Sabeis que não há nada que façamos que não seja do conhecimento do governo? Pois bem: com tal vigilância e tamanhas cautelas, será possível que em três anos de funcionamento da AIB, não se tenha descoberto algum plano de conspiração, se ele houvesse? […] Já não temos uma tradição de três anos de defesa da ordem legal?”. Plínio Salgado, Páginas de Combate, 1937.
- “O Movimento do Sigma, tendo como finalidade precípua uma obra essencialmente construtora, não poderia de forma alguma lançar mão de processos, cuja violência pudesse determinar abalos prejudiciais ao organismo periclitante de uma Pátria que ele queria e quer, precisamente, e a todo transe, salvar”. Madeira de Freitas, O movimento do Sigma, 1937.
- “O Integralismo não se impõe pela violência, convence pela excelência patriótica de sua doutrina. Não é uma revolução belicosa, é uma revolução pacífica, que visa apenas determinar novos destinos para o Brasil, que pretende e há de criar diretrizes mais suaves para a grandeza e a paz do povo brasileiro. O Integralismo não reforma destruindo, arrasando, as suas reformas são criando forças, criando esperanças, paz e bondade”. A. Tenório d’Albuquerque, Integralismo, Nazismo e Fascismo, 1937.