Para uns, o Integralismo era um “arianismo” brasileiro, que queria eugenizar a população pelo embranquecimento. Para outros, o Integralismo era, pelo menos, contra os negros e até os asiáticos. Qualquer que seja a opção, muitos afirmam que de alguma forma o Integralismo era racista. Isto é falso.

  • “É preciso que não alimentemos preconceitos de raça. […] Absoluta é a posição de igualdade de todas”. Plínio Salgado, Manifesto da Legião Revolucionária de S. Paulo, 1931.
  • “Essa preguiça, essa incapacidade [de ver as qualidades do povo brasileiro] são ideias inventadas pelos povos que nos exploraram durante mais de cem anos. Pelos partidários da Kultur, que proclamaram os direitos dos povos dolicocéfalos-louros do norte da Europa de dominarem os outros do planeta”. Plínio Salgado, Nacionalismo, A Razão, 14 de outubro de 1931.
  • “A América do Sul tornou-se uma semi-colônia. Nessa situação, os seus credores, para justificar a opressão e o latrocínio, divulgaram a falsa teoria da superioridade racial. Esse tipo dólico-louro, que nos tempos em que a navegação nos ‘mares tenebrosos’ dependia de heroísmo, não descobriam nenhuma terra, passaram a ter a hegemonia dos mares já descobertos, quando o heroísmo foi substituído pela máquina a vapor. Então, para explicar os seus progressos, começaram a medir os crânios, proclamando a inferioridade dos povos morenos, inclusive da raça latina. Hoje, a aplicação da eletricidade vai derrubar definitivamente o orgulho das raças que se dizem superiores”. Plínio Salgado, discurso na Faculdade de Direito de S. Paulo em 1931, A quarta humanidade, 1934.
  • “Somos contrários a todas as doutrinas que pretendem criar privilégios de raças”. Plínio Salgado, Pontos preliminares, sessão de abertura da Sociedade de Estudos Políticos, 24 de fevereiro de 1932.
  • “Os brasileiros das cidades […] envergonham-se também do caboclo e do negro de nossa terra. […] Vivem a cobri-lo [ao povo brasileiro] de baldões e de ironias, a amesquinhar as raças de que proviemos. […] Criaram preconceitos étnicos originários de países que nos querem dominar”. Manifesto de Outubro de 1932.
  • “Nós somos um povo que começou a existir desde a morte de todos os preconceitos, quando as três raças se fundiram, irmanadas, no exército selvagem de negros, de índios e de brancos, na aventura guerreira de Camarão, Negreiros e Henrique Dias. […] Nossa Pátria nasceu da confraternização das raças, das grandes núpcias históricas que fundiram numa só aspiração e num só sentimento as três humanidades. […] Nada nos separa”. Plínio Salgado, discurso de 1933, A quarta humanidade, 1934.
  • “Cada vez mais irrefragável afirma-se a verdade de que as formidáveis realizações das raças morenas do Mediterrâneo, obras colossais em cuja feitura não colaboraram os homens louros do Norte, afastam para sempre a teoria esquipática da pretendida superioridade dos povos de origem ariana sobre os demais. Sempre estribados nos verdadeiros valores de nossa Pátria, devemos ir, pouco a pouco, convencendo-nos da insustentabilidade de uma teoria que aberra de todos os princípios espiritualistas, pois assim agindo estaremos prestando destacado trabalho em prol das nossas raças, tão fortes e tão vilipendiadas”. O Problema das Raças no Integralismo II, Legionário, 30 de setembro de 1933.
  • “Em pleno século XX, quando a navegação e a aviação costuram num só todo o Universo inteiro, querer-se encontrar no mundo uma população unirracial, ariana ou outra qualquer, para elevá-la à categoria de suprema gestora da humanidade, é um absurdo que alcança os limites das psicoses mentais”. O Problema das Raças no Integralismo III, Legionário, 7 de outubro de 1933.
  • “Não sustentamos preconceitos de raça; pelo contrário, afirmamos ser o povo e a raça brasileiros tão superiores como quaisquer outros. […] O problema do mundo é ético e não étnico”. Plínio Salgado, 24 de abril de 1934, apud Trechos de uma Carta, Revista Panorama, abril de 1936.
  • “O Integralismo mantém-se alheio a todo e qualquer preconceito de raça, preferindo julgar o homem, não pelos aspectos exteriores da cor, ou do formato dos crânios, mas pelos valores morais e cívicos. A tese racista não está, nem nunca esteve, dentro das nossas cogitações”. Miguel Reale, O Integralismo e os Judeus, A Offensiva, 13 de dezembro de 1934.
  • “No Brasil, onde se reúnem e se fundem todas as etnias para dar ao mundo o homem cósmico da civilização americana tropical, a teoria das raças superiores revela-se em toda a sua fraqueza. Já tivemos e temos provas do poder criador do homem negro no campo da ciência, da arte e da política”. Miguel Reale, O Integralismo e os Judeus, A Offensiva, 13 de dezembro de 1934.
  • “Não há superioridade de raça sob o ponto de vista educacional, moral, espiritual e econômico. Há raças que progridem, evoluem; outras que se estiolam e morrem. […] A verdade é uma só e esta nos diz cristãmente que não há raças superiores. Ensina-nos que dentro da igualdade de raças pode operar-se uma desigualdade de cultura, de moral e de riqueza. Numa mesma família certos irmãos progridem mais do que outros e no entanto são irmãos”. Ferdinando Martino Filho, Pela Revolução Integralista, 1935.
  • “A superioridade de raças não tem apoio na ciência”. Ferdinando Martino Filho, Pela Revolução Integralista, 1935.
  • “Enganam-se aqueles que fazem pouco da nossa gente e a classificam de sub-raça. A palavra sub-raça, a princípio, não tem o menor sentido, a menor significação científica. Não há raças inferiores ou superiores, como não há mais, talvez, sobre a terra, raças puras. A variedade étnica é a regra em todas as nações. Na Europa não há grandes unidades étnicas, inclusive a própria Alemanha: o arianismo não passa duma hipótese étnica. […] ‘Não existem raças puras, a não ser em pequenos núcleos do Oriente, e são em geral pouco inteligentes’ [— Nitti]. Não se pode, pois, classificar pejorativamente o mestiço de sub-raça”. Olímpio Mourão Filho, Do Liberalismo ao Integralismo, 1935.
  • “O negro e o caboclo merecem o nosso respeito e a nossa admiração, porque o progresso do Brasil é devido, principalmente, a eles”. José Venceslau Júnior, O Integralismo ao Alcance de Todos, 1935.
  • “O Integralismo […] combate os racismos, os exclusivismos raciais”. Gustavo Barroso, O Integralismo e o Mundo, 1936.
  • “Nós, graças a Deus, não temos preconceitos de raça. À luz da comunhão cristã, não distinguimos pigmentos nem caracteres cranianos. […] Por tudo isto, e principalmente pelo ideal cristão que nos anima, jamais fizemos campanha racista. À diferença étnica opomos a igualdade espiritual de todos os homens. Brancos e negros, caboclos e mamelucos, jagunços e caudilhos, todos são brasileiros, capazes de cooperar com a sua parcela de esforço, de coragem e de dedicação na obra de reconstrução da Pátria. […] Dentro do nosso caráter cristão não há lugar para antagonismos e preconceitos raciais”. Arthur Machado Paupério e José Rocha Moreira, Introdução ao Integralismo, 1936.
  • “O racismo apoia-se, sem dúvida, sobre teorias passadistas e unilaterais”. Arthur Machado Paupério e José Rocha Moreira, Introdução ao Integralismo, 1936.
  • “Não há mais povo eleito, a não ser para os que não sabem acreditar, e desdenham do Cristo. Nem há povo nem raça mais forte, a não ser para os que inutilmente arrancam da terra ou do fundo das florestas os deuses autóctones para o egoísmo das nacionalidades”. Miguel Reale, Atualidades de um mundo antigo, 1936.
  • “O Integralismo é uma revolução político-social, que não nutre nenhum preconceito de raça ou de cor. […] O Integralismo repele a teoria dos que sustentam a superioridade de algumas raças sobre outras. […] O problema não é de ordem racial. Mas moral”. Alfredo Buzaid, Os judeus, A Offensiva, 14 de agosto de 1936.
  • “No Brasil, não temos nem devemos ter preconceitos de seita ou de raça. Devemos querer que se fundam num só corpo e, mais ainda, num só espírito os brasileiros de todas as cores, credos, e procedências”. Gustavo Barroso, Espírito do Século XX, 1936.
  • “Além da posição geográfica contrária aos Estados Unidos, nós ostentamos diante deles a diferença ainda maior da nossa falta absoluta de preconceitos de raça e de cor. Não afastamos de nosso meio o descendente do índio e não tornamos num achincalhe a negrura do preto. Lembramo-nos sempre do indígena, dono do país, auxiliar do sertanista, catecúmeno de Anchieta e o tratamos como irmão. Recordamo-nos sempre do negro arroteador das matas virgens que ensopou de suor as plantações das grandes fazendas da velha aristocracia rural e os integramos, sem limitação, na vida brasileira”. Gustavo Barroso, Espírito do Século XX, 1936.
  • “Somos um povo bom, acolhedor, generoso, sem preconceitos de raça ou de origens nacionais. O Integralismo não teria caráter brasileiro, se assim não pensasse e se não agisse de acordo com esse pensamento”. Plínio Salgado, Nacionalismo e Jacobinismo, A Offensiva, 17 de novembro de 1936.
  • “Não combatemos tal ou qual raça, mas combatemos o orgulho racial, que em algumas cabeças existe, porque este desenvolveria em nosso País os germes de futuras lutas, dissensões e quiçá de derramamento de sangue. Nós, brasileiros de descendência alemã, somos da raça germânica. Certamente nos ressentiríamos com os outros, se nos combatessem e nos considerassem homens inferiores só pelo simples fato de pertencermos a esta raça. O que, porém, não queremos para nós, não devemos desejar para os outros. […] Não é preciso que esta ou aquela raça, das que aqui vivem, sacrifiquem as suas particularidades. Nunca, porém, deverá uma raça ceder ao orgulho racial, dilacerando com isto todos os laços que a ligavam aos demais brasileiros”. Wolfram Metzler, Aus unserer Mappe, Der Kampf, 31 de março de 1937.
  • “No nosso Brasil é inconcebível um preconceito racista, não tem cabimento […]. Se lançarmos um olhar para as páginas do passado, vemos que ainda outrora personalidade da raça negra faziam fulgurar a inteligência e, pela produtividade de sua ação, conseguiram construir para si próprios e para a nacionalidade um lugar bem alto, passando, dessarte, a glórias nacionais”. João Carlos Fairbanks, Assembleia Legislativa de São Paulo, 13 de maio de 1937.
  • É justamente por sermos contra os racismos que devemos combater o racismo judaico. […] O que se deve combater é [não o judeu, mas] justamente o racismo judaico”. Gustavo Barroso, Judaísmo, Maçonaria e Comunismo, 1937.
  • “Um brasileiro profundamente brasileiro e ao mesmo tempo descendente de raças as mais diversas só por um contrassenso seria racista. Aliás, o estudo constante e amoroso de nossa história mostra que a Nação brasileira é o produto de um espírito de continuidade, de um sentimento e de um pensamento comuns, sem cor de pele ou indagação de procedência”. Gustavo Barroso, Judaísmo, Maçonaria e Comunismo, 1937.
  • “Negar os aportes de índios e negros à civilização da nossa Pátria é ser anti-brasileiro”. Gustavo Barroso, Integralismo e Catolicismo, 1937.
  • “Continuaremos […] a ser a Canaã de quantos se extraviam no universo. A todos recebemos para o convívio feliz de um povo sem preconceitos. Dentro de nossas fronteiras há lugar para os filhos de qualquer raça”. Anor Butler Maciel, Nacionalismo, 1937.
  • “Sem preconceito racial, nem contra o judeu, enquanto raça, consoante se predica na Alemanha. Nem contra o índio, no sentido de exterminá-lo, como se praticou nos Estados Unidos […] e como pela avidez de se lhe apoderar das riquezas, praticaram Cortez e Pizarro no México e no Peru. Nem contra o preto, consoante ainda, num delírio racista, se fez em certos estados dos Estados Unidos — onde o preto foi sujeito a linchamento, obstando a penetrar certos trens, hotéis e até igrejas. […] Negando ao Estado o poder de […] perseguir, molestar, atentar contra o indivíduo, achincalhando, sob pretexto de procedências raciais”. João Carlos Fairbanks, Geopolítica Povoadora, 1939.