Almirante-de-Esquadra da Marinha do Brasil. Era da família do Almirante Thomas Cochrane, primeiro comandante-em-chefe da Armada Brasileira, que liderou as principais batalhas navais do Primeiro Reinado. Foi o primeiro presidente oficial do Partido de Representação Popular.

Durante a Primeira Guerra Mundial, serviu na frotilha de contra-torpedeiros da Marinha do Brasil enviada à Europa pelo presidente Venceslau Brás. Tomou parte em diversas operações navais no mar europeu, tendo assistido à rendição da Esquadra Alemã à Tríplice Entente. Recebeu diversas condecorações pela sua participação no conflito.

Decepcionado com a política rasteira da República Velha, e preocupado com a restauração das tradições imperiais, do patriotismo, da disciplina, da hierarquia e da ordem, foi um dos primeiros a se filiar à Ação Integralista Brasileira, em 1932. Na época Capitão-de-Corveta, sua adesão repercutiu muito entre os jovens das forças navais, com quem tinha grande prestígio. Foi da Câmara dos 400 da AIB.

Em 1937, ainda antes do Estado Novo, foi designado para o comando da Frotilha de Submarinos, indo buscar o recém-construído Humaitá nos estaleiros de Spezia, na Itália, para conduzi-lo às águas da Guanabara, onde chegou em 1938. Já no Brasil, comandando o Cruzador Rio Grande do Sul, participou dos preparativos do Levante de 1938, sendo o principal representante da ala integralista do levante na Marinha. Preso pelo Estado Novo, foi encarcerado na Ilha das Cobras e teve a carreira militar cortada. Aceitou a sentença sem ódios, ressentimentos ou queixas, como decorrente de suas convicções. Segundo Padre Ponciano dos Santos, em discurso após sua morte: “Só a doutrina integralista exprimia para ele o ideal de uma alma inquieta em procura da verdade. Quando das grandes perseguições ao Movimento, durante a Ditadura, portou-se com tanta elevação que estava disposto a tudo sacrificar, posição alcançada por merecimento, carinhos de lar, convivência de amigos de classe, do que renunciar à sua liberdade de pensar coerentemente com a sua conceituação de Pátria e de salvação nacional. Espírito nobre, resolução pronta fizeram dele uma admiração viva entre todos os companheiros de ideal. Cochrane era de fato um homem amadurecido nas virtudes da generosidade e do sacrifício”.

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Em 1945, assumiu a presidência do PRP, enquanto Plínio Salgado estava no exílio. No mesmo ano, lançou-se candidato a deputado federal pelo Distrito Federal, e foi promovido a Contra-Almirante. Em 1946, entregou a presidência do PRP a Plínio Salgado, que a manteria até o fechamento do partido, e passou a compor seu Conselho Nacional. Posteriormente, foi promovido a Almirante-de-Esquadra.

Faleceu na madrugada de 20 de setembro de 1956, após longa enfermidade, no Hospital da Marinha. Ao baixar o corpo à sepultura, Raimundo Barbosa Lima, ex-chefe da AIB na Guanabara, que o inscreveu nas fileiras do Sigma, fez a chamada protocolar de Cochrane, invocando, ao fim, os seus últimos três anauês.

Outras informações

Nasceu no Rio de Janeiro, em 18 de abril de 1887, neto de Thomas Cochrane, primo do Almirante Lord Thomas Cochrane. Se graduou com o primeiro lugar na Escola Naval, onde mais tarde foi professor. Casado com Amélia de Castro Rabelo Cochrane. Era profundamente católico.

Em 27 de outubro de 1956, após seu falecimento, a viúva Amélia escreveu para o jornal A Marcha, do PRP: “Fernando, desde que atendeu ao toque de chamada de Plínio Salgado, fez do movimento integralista a preocupação constante de sua vida e o ideal patriótico foi a chamada que o ajudou a suportar as agruras, incompreensões e sofrimentos. Assim, pois, se a mim cabe o direito de pedir algo a todos que com ele comungaram na mesma fé, peço que cerrem fileiras em torno do Chefe e prossigam sem esmorecimentos na luta pelos nossos ideais. A todos os companheiros, em todos os recantos do Brasil, envio um Anauê”.

Referências bibliográficas

  • A MARCHA. Almirante Fernando Cochrane. 28 de setembro de 1956.
  • A MARCHA. Agradecimento da viúva Cochrane. 2 de novembro de 1956.
  • CORREIO PAULISTANO. Faleceu o almirante Fernando Cochrane. 21 de setembro de 1956.