No começo de 1932, Plínio Salgado iniciou à articulação de diversos grupos nacionalistas fundando, no mês de Fevereiro, a Sociedade de Estudos Políticos (SEP), reunindo intelectuais de pensamento nacionalista. O sucesso dessa iniciativa levou à criação, em Outubro daquele ano, da Ação Integralista Brasileira (A.I.B.).
O Manifesto Integralista lançado em 07 de Outubro de 1932, resume o ideário básico da nova organização: Espiritualismo, justiça social, nacionalismo, democracia, corporativismo, combate ao liberalismo (político e econômico) e rejeição ao socialismo.
A A.I.B. apresentava uma estrutura hierarquizada, cabendo ao próprio Plínio Salgado, como Chefe Nacional, a liderança.
A Ação Integralista Brasileira criou uma série de exterioridades, dotando o Movimento de uma Mística profunda e de uma unidade inquebrantável: O Sigma, letra grega, que simboliza o somatório de todos os valores nacionais; a Saudação Anauê, palavra Tupi, que significa “Tu és meu Irmão!”; o uniforme, a heróica Camisa-Verde; os diversos Rituais, como as Matinas de Abril, a Noite dos Tambores Silenciosos, e diversos outros; os Desfiles, etc. O lema “Deus, Pátria e Família” sintetiza perfeitamente o conteúdo doutrinário do Integralismo.
O Integralismo busca(va) a formação de um novo homem, comprometido com Deus, com a Pátria e com a Família. Mesmo cerimônias religiosas, como casamento, enterro e batizado, seguiam as normas ritualísticas da AIB — no casamento, apenas a noiva dispensava o uniforme (camisa verde).
Nos anos que se seguiram à sua fundação, a A.I.B. teve rápido crescimento. Em Abril de 1933 realizou seu primeiro desfile público em São Paulo e em Fevereiro do ano seguinte reuniu seu I Congresso Nacional, em Vitória (ES).
Plínio Salgado era auxiliado por um Conselho Nacional, com funções consultivas, e por departamentos nacionais. A Milícia Integralista foi extinta por Plínio Salgado em 1935. A A.I.B. possuía uma importante estrutura de imprensa, composta por diversos jornais e revistas, um órgão oficial, o “Monitor Integralista”. O principal periódico Integralista era “A Offensiva”, o maior jornal diário do Brasil e o primeiro a circular em todo o território nacional.
A A.I.B. foi o primeiro partido político organizado nacionalmente no Brasil Republicano. O número de adesões foi imenso. Em 1937, quando foi ilegalmente fechada, contava com mais de um milhão e meio de filiados.
Em 12 de Junho de 1937, a A.I.B. lançou Plínio Salgado como candidato à eleição presidencial prevista para Janeiro de 1938. A eleição, contudo, não se realizou em virtude do golpe do Estado Novo, em 10 de Novembro de 1937. Em Dezembro de 1937, Vargas decretou o fechamento de todos os Partidos Políticos, e entre eles encontrava-se a AIB.
Em maio de 1938, os Integralistas, unidos as demais forças democráticas do País, tentaram derrubar o Ditador e restabelecer a Democracia e o Estado de Direito, mas a Revolução fracassou. A perseguição aos Integralistas foi brutal e selvagem, muitos morreram, outros foram superlotar as prisões da Ditadura. Plínio Salgado foi exilado em Portugal.
Durante os anos do obscurantismo totalitário estadonovista (1937/1945), o Integralismo não esmoreceu, mesmo na clandestinidade continuou atuando, inclusive, criando organizações legalizadas, como a Cruzada Juvenil da Boa-Imprensa, o Auxílio às Famílias Empobrecidas, o Apollo Sport Club e outras.
Em 1945, pressionado pelo Integralismo e demais correntes democráticas do País, o Exército derruba o Ditador, pondo fim ao mais bárbaro e sanguinário Governo da História do Brasil. Em Setembro desse mesmo ano, os Integralistas fundam o P.R.P. – Partido de Representação Popular.
O P.R.P., apesar de não ter conseguido o mesmo grau de popularidade da antiga A.I.B., obteve resultados político-eleitorais muito mais expressivos elegendo Governadores, Senadores, Deputados Federais e Estaduais e uma gigantesca quantidade de Prefeitos e Vereadores.
Mas, o Integralismo não se limitou ao P.R.P., criando diversas outras organizações, de âmbito nacional ou regional: Instituto Brasileiro de Cultura, Guanabara Football Club, União Operária e Camponesa do Brasil, Confederação dos Centros Culturais da Juventude, Associação Cívico- Cultural Minuano, etc. Também nessa fase, o Integralismo teve os seus periódicos como, por exemplo, os jornais “Idade Nova” e “A Marcha” e a revista “Avante!”.
Em 1964, os Militares derrubam o Presidente Goulart, todos os Partidos Políticos são fechados (entre eles o P.R.P.), uma nova Constituição é promulgada, cassações políticas ocorrem, etc. Os Integralistas continuam suas atividades, mas, em associações civis políticoculturais. É fundada a Cruzada de Renovação Nacional, como reforço a atuação das organizações citadas no parágrafo anterior. São fundados novos jornais, como “Renovação Nacional” e “Renovação Trabalhista”, entre outros.
No dia 07 de Dezembro de 1975, falece em São Paulo o Fundador do Integralismo, Plínio Salgado. Mas, o Movimento Integralista prossegue. Na década de 80, entre outras importantes iniciativas destacam-se a fundação da Casa de Plínio Salgado e a recriação da Ação Integralista Brasileira, cujas atuações adentram os anos 90. Surgem os jornais “O Integralista”, “A Voz do Oeste”, “Ação Nacional”, etc. Ainda na década de 90, cabe destacar a ação do Centro Cultural Plínio Salgado, em Rio do Ouro (São Gonçalo, RJ), que exerceu grande influência em todo território nacional. Variados periódicos circularam nesse período.
O Século XXI abre-se com o Centro de Estudos e Debates Integralistas, pioneiro na utilização da Internet para a difusão da Doutrina do Integralismo.
Em Dezembro de 2004, realiza-se em São Paulo, com o apoio da Casa de Plínio Salgado, um Congresso Nacional Integralista, onde é fundada a Frente Integralista Brasileira – F.I.B., que é na atualidade a única organização do Integralismo há nível nacional.
No dia 25 de Janeiro de 2009, foi lançado pela Frente Integralista Brasileira o “Manifesto da Guanabara”. O evento foi realizado no Largo do Paço Imperial, na cidade do Rio de Janeiro, importante local histórico para monarquistas e republicanos, sintetizando muitos anos da História do Brasil.
Texto: Sérgio de Vasconcellos